Provas realizaram-se na secundária de Viriato em Viseu
Porto Canal
Os alunos da escola secundária de Viriato, em Viseu, estão hoje a fazer o exame de Português do 12.º ano, depois de muitos dias de "dúvidas e angústias" que acreditam ter prejudicado a preparação e o estudo.
"Nunca nos deram resposta, se havia ou não exame, e isso prejudicou-me um pouco. Não me sinto preparada a 100 por cento", disse à agência Lusa Mafalda Mendes, admitindo "estar muito nervosa", momentos antes de entrar para a escola.
Apesar de concordar com a luta dos professores, Mafalda considera que os prejudicados são os alunos.
"Se os exames não me correrem bem, poderei ter de ficar cá mais um ano, para subir notas", contou a aluna, que quer entrar no curso de Medicina em Salamanca, Espanha, e que nos próximos dias vai repetir dois exames do 11.º ano para melhorar as notas e tem ainda de fazer o de Matemática.
Mais calma estava a aluna Ângela Silva, que, apesar de, para já, querer tirar um curso profissional de estética, não pretende "fechar as portas" ao ensino superior.
"Vou ter exames hoje, amanhã [terça-feira], sexta-feira e dia 25. Se hoje é adiado, vou ficar com os exames todos juntos", lamentou.
Também Guilherme Carvalho admitiu que o seu estudo foi prejudicado por uma "confusão de que os alunos não têm culpa", entre professores e ministério.
"Eu preparei-me ao máximo para o exame, porque penso que vai haver", disse o estudante que quer seguir Ciências do Desporto.
Convencidos de que o exame se ia mesmo realizar, Marco Almeida, Melissa Mariana e Flávio Lopes aproveitavam para tirar as últimas dúvidas à porta da escola.
"Temos de estar preparados para tudo. Quero deixar já tudo despachado na primeira fase", disse Melissa.
Flávio Lopes também disse querer "acabar já com tudo".
À porta da escola estava o dirigente do Sindicato dos Professores da Região Centro, Francisco Almeida, a entregar panfletos com a inscrição "Sou professor, estou de greve" e a convocar para plenários na quinta-feira, em Viseu e Lamego.
"Há bons sinais. Vários professores entraram, mas disseram que apenas iam tomar café e depois vão fazer uma caminhada na ecopista", explicou.
Os exames acabaram por realizar-se, estando todas as salas a funcionar, de acordo com fonte oficial da escola.