Covid-19: Turismo Porto e Norte defende adiamento da Bolsa de Turismo de Lisboa

| Economia
Porto Canal com Lusa

Porto, 05 mar 2020 (Lusa) -- O presidente da Turismo do Porto e Norte de Portugal (TPNP) defendeu hoje um adiamento da Bolsa de Turismo de Lisboa (BTL) para setembro, assumindo que a TPNP e congéneres estarão disponíveis para participar no evento.

O Turismo de Portugal e as estruturas regionais de turismo do continente, Açores e Madeira e de outras sete associações do setor decidiram, em conjunto, cancelar a sua participação presencial na Bolsa de Turismo de Lisboa (BTL), agendada para 11 a 15 deste mês, com base nas últimas recomendações da Direção-Geral da Saúde (DGS) no âmbito do surto Convid-19 sobre a organização de grandes eventos.

"Para todos é perfeitamente pacífico que houvesse aqui apenas um adiamento da BTL e estaremos todos totalmente disponíveis para participar novamente no evento, até porque é a maior feira de turismo do país, com um grande prestígio nacional e internacional e que contará na mesma com o nosso total empenhamento conforme nós íamos ter", declarou o presidente da TPNP, Luís Pedro Martins.

Em entrevista à Lusa no âmbito do cancelamento da participação da TPNP na BTL no próximo dia 11 de março, Luís Pedro Martins acrescenta que a exemplo do que se está a fazer noutro tipo de eventos, que é o não cancelamento puro e duro da edição, deveria haver "um adiamento para o final do verão, por exemplo, para setembro".

"Essa é a nossa expectativa e obviamente que a BTL contará com o total empenho de todas estas entidades", afirmou.

Luís Pedro Martins recorda que a TPNP ia ter "o maior 'stand' da feira", com um investimento na ordem dos 200 mil euros, repartido com os parceiros que iam participar, e que iam ter uma "agenda muito forte", com "700 eventos" agendados para o espaço de 1.200 metros quadrados e assume que a decisão tomada foi "difícil", porque há um trabalho de quatro meses por trás.

"Em momentos difíceis, decisões difíceis, mas acima de tudo decisões responsáveis e acho que tomámos a decisão mais responsável que podíamos tomar nesta altura", resume.

De acordo com o comunicado do Turismo de Portugal, a que a agência Lusa teve acesso na terça-feira passada, as 15 entidades signatárias do documento entendem que, atentas às últimas "recomendações da Direção-Geral da Saúde (DGS) no que toca à organização de grandes eventos e ponderadas todas as condicionantes, não estavam reunidas as condições para manter a sua participação na BTL 2020 na data prevista para a sua realização, seja através de 'stand' próprio seja através dos diversos eventos inicialmente programados".

No texto, o Turismo de Portugal frisa, no entanto, que "cientes da importância" da Bolsa de Turismo de Lisboa "e considerando o facto de este ser o momento de encontro entre muitos compradores e fornecedores do setor, muitos internacionais", as 15 entidades "estão a envidar os melhores esforços para manter algumas das ações previstas em formato digital, sem prejuízo da possibilidade de o evento poder decorrer noutra data se assim for decidido".

Luís Pedro Martins acrescenta ainda que além das recomendações da DGS a decisão foi também tomada em solidariedade com os parceiros europeus.

"Uma manifestação de solidariedade para com os nossos parceiros europeus do setor do turismo que viram as suas feiras canceladas. (...) Não nos parecia cordial, nem simpático, os portugueses estarem a tentar a qualquer custo e a qualquer risco fazer a sua feira de turismo", declarou.

Segundo os últimos dados da DGS, em Portugal estão confirmados oito casos de infeção com o Convid-19, dos quais seis no Porto, um em Coimbra e um em Lisboa.

O surto de Covid-19, detetado em dezembro passado, na China, e que pode causar infeções respiratórias como pneumonia, provocou cerca de 3.300 mortos e infetou mais de 95 mil pessoas em 79 países, incluindo oito em Portugal.

Das pessoas infetadas, mais de 50 mil recuperaram.

Além de 3.012 mortos na China, há registo de vítimas mortais no Irão, Itália, Coreia do Sul, Japão, França, Hong Kong, Taiwan, Austrália, Tailândia, Estados Unidos da América e Filipinas, San Marino, Iraque, Suíça e Espanha.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou o surto de Covid-19 como uma emergência de saúde pública internacional e aumentou o risco para "muito elevado".

CCM (JLS) // MSF

Lusa/Fim

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