Covid-19: OMS apela a líderes em Timor-Leste para que intensifiquem campanhas

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Porto Canal com Lusa

Díli, 04 mar 2020 (Lusa) - O responsável da Organização Mundial de Saúde em Timor-Leste apelou hoje aos líderes do país para que intensifiquem as campanhas de informação sobre o novo coronavírus, acelerando os preparativos para o caso da doença chegar ao país.

"Os líderes do país têm que estar agora mais pró-ativos, divulgando campanha informativas claras e ajudando a informar as populações que estão com receio", disse á Lusa, Rajesh Pandav.

"Lavar bem as mãos continua a ser a melhor medida preventiva. Máscaras devem ser usadas apenas por quem estiver doente e por funcionários do setor de saúde", reiterou.

Pandav disse que as autoridades timorenses em colaboração com a OMS, com a embaixada da Austrália e outras entidades têm estado a acelerar os preparativos e as medidas preventivas, incluindo os locais que vão ser usados para isolamento e quarentena.

Depois de atrasos na definição de locais para acolher eventuais casos confirmados, as autoridades confirmaram agora que a Clínica Vera Cruz, em Díli, será usada para isolamento de pessoas que tenham testado positivo para o vírus.

Pessoas que tenham estado em contacto com doentes e não tenham sintomas ficarão instalados no quartel das Forças de Defesa de Timor-Leste (F-FDTL) em Metinaro, a leste de Díli.

Equipas da OMS e do Ministério da Saúde vão hoje inspecionar as condições dos dois locais para ver o que é necessário fazer, estando há a ser previsto um processo de mudança dos doentes na clínica.

Rajesh Pandav explicou que a decisão de usar a Clínica de Vera Cruz, próximo dos escritórios da ONU e do Ministério da Saúde na zona de Caicoli, em Díli, está já a causar alguns receios na população do bairro.

"É importante que a população seja adequadamente informada para não haver receio. Os líderes do país têm aqui um papel importante de ajudar a acalmar os medos", explicou.

No que se refere a condições para testar casos de Covid-19, Pandav explicou que o material necessário está já em Díli e deverá ir esta semana para o laboratório, que tem ainda de ser preparado, especialmente em termos de biossegurança.

"Esperamos poder começar os testes em Timor-Leste nas próximas duas semanas", referiu.

Até lá e como tem vindo a ocorrer, em casos suspeitos identificados é recolhida uma amostra que é enviada para o laboratório de referência da OMS na cidade australiana de Melbourne, um processo que demora até cinco dias.

A pessoa em causa fica em isolamento até que o resultado seja confirmado, não havendo até agora qualquer caso registado em Timor-Leste.

O responsável da OMS explicou que, globalmente, 81% dos casos detetados registam sintomas fracos, 15% severos e 04% críticos. No caso de sintomas severos o tratamento é idêntico a outras doenças respiratórios, tendo os casos críticos que ficar na unidade de cuidados intensivos.

"Mas se houver muitos casos críticos o hospital não tem capacidade", admitiu.

Implementado e a funcionar "bem" está o sistema de teste a visitantes a Timor-Leste no Aeroporto de Díli, Porto de Díli e nas fronteiras terrestres com a Indonésia, com funcionários de alfandega, imigração e policia treinados.

Todos os visitantes têm que preencher uma declaração de saúde e sujeitar-se a medições de temperatura, sendo especial atenção dada a cidadãos de países onde o surto tem vindo a aumentar.

Equipamento de proteção pessoal para funcionários de saúde e nas zonas de fronteira foi já entregue pela OMS e pela Embaixada da Austrália, tendo mais material sido solicitado pela OMS.

"Ainda assim há um problema de fornecimento global deste material e por isso temos que esperar", referiu.

O surto de Covid-19, que pode causar infeções respiratórias como pneumonia, provocou quase de 3.200 mortos e infetou mais de 92.000 pessoas, em cerca de 70 países e territórios, incluindo quatro em Portugal.

Das pessoas infetadas, mais de metade já recuperaram.

Além de 2.981 mortos na China continetal, há registo de vítimas mortais no Irão, Itália, Coreia do Sul, Japão, França, Hong Kong, Taiwan, Austrália, Tailândia, Estados Unidos da América e Filipinas.

 A OMS declarou o surto de Covid-19 como uma emergência de saúde pública internacional de risco "muito elevado". 

ASP//MIM

Lusa/Fim

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