Chegas de Bois de Montalegre atraem mais gente que um jogo de futebol

Chegas de Bois de Montalegre atraem mais gente que um jogo de futebol
| Norte
Porto Canal

O campeonato de Chegas de Boi de Montalegre, desporto-rei da região, já deu a "cornada" de saída e, até agosto, touros fortes e de tons castanhos competirão no "chegódromo" para arrecadar o prémio final de 750 euros.

As tardes de domingo, até 08 de agosto, são sinónimas de romaria nesta vila de Trás-os-Montes. No recinto próprio para a luta dos animais - "chegódromo" - os bois de raça barrosã são colocados frente a frente, enfrentam-se, entrelaçam os cornos, afastam-se e voltam ao confronto que termina quando um dos touros fugir, assumindo a derrota.

A tradição é antiga, passa de geração em geração e atrai pessoas como se de um jogo de futebol se tratasse com primeira e segunda jornada, quartos-de-final, meias-finais e final.

Independentemente do resultado da chega, cada animal recebe 500 euros e na final o prémio sobe para os 750 euros.

Miúdos e graúdos conhecem os touros, os nomes, os donos, e entre comentários, reclamações e aplausos, fazem prognósticos.

Tal como no mundo do futebol, as chegas têm um "Mourinho dos Bois", Jaime Ribeiro, produtor da raça, que ganhou este apelido por ter, durante vários anos, o boi campeão.

"O meu boi é melhor do que o Cristiano, ganha é menos", disse à Lusa, em tom de brincadeira.

A tratar de animais desde criança, Jaime Ribeiro realçou que um boi dá "muito trabalho" e uma despesa mensal de cerca de 250 euros.

Dono de um boi, também ele campeão, Acácio Lopes revelou que a tática da vitória está em ter um "bom" touro, que é como quem diz forte, dar-lhe muito de comer, andar com ele no monte e treiná-lo.

O criador revelou que lhe ofereceram 6.000 euros pelo boi, que faz oito anos em agosto, mas não o vendeu.

António Duarte, produtor há 40 anos, não rói as unhas durante a chega, mas perde o apetite.

"Se o Benfica perder fico aborrecido, mas supero, agora se perder o meu boi, o do meu filho ou o do meu sócio fico sem vontade de comer", afirmou.

Umas vezes campeão, outras derrotado, António afirmou que, por vezes, antes de entrar em campo "dá umas falas" aos bois e consegue resultados positivos.

Organizadas pela Associação "O Boi do Povo", as chegas têm por objetivo preservar uma tradição e a raça barrosã em vias de extinção, bem como atrair pessoas a Montalegre.

O presidente, Nuno Duarte, frisou que o campeonato tem 13 bois inscritos e vai ser "renhido".

"Juntamos mais de mil pessoas. Isto parece mesmo um campeonato do mundo", rematou.

Tal como numa romaria, o "chegódromo" tem, numa carrinha improvisada, cervejas, sumos, água e tremoços à venda e, para distrair os espetadores no intervalo, um ecrã com chegas de anos anteriores.

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