Agricultores deverão receber da PAC 2014-2020 "mais dinheiro do que recebem hoje"

| Economia
Porto Canal / Agências

Arouca, 20 mar (lusa) - O presidente da Confederação dos Agricultores Portugueses (CAP) antecipou hoje em Arouca, numa reunião sobre a Política Agrícola Comum (PAC), que, até 2020, 92% dos agricultores nacionais deverão receber em ajudas diretas "mais dinheiro do que recebem atualmente".

A PAC para o período 2014-2020 foi tema prioritário no encontro que envolveu os dirigentes associativos do Entre Douro e Minho, dado que, devido ao atraso nos procedimentos europeus, a respetiva legislação só poderá entrar em vigor a 01 de janeiro de 2015, caso o Governo apresente a Bruxelas, até 01 de agosto deste ano, a respetiva lista de opções.

João Machado afirmou que "a margem de manobra para cada Estado-membro é muito pouca", mas anunciou que, em alternativa ao incentivo de acordo com o número de hectares, a opção adotada por Portugal deverá ser a de que as ajudas aos pequenos agricultores sejam todas aumentadas para um mínimo de 500 euros.

"Isto significa que 92% dos agricultores portugueses vão receber mais dinheiro do que recebem atualmente", declarou à agência Lusa o presidente da CAP.

"Não é coisa pouca, considerando que em Portugal há 100.000 agricultores que recebem até 500 euros e que, entre esses, se calhar são 90.000 os que não recebem sequer 100 euros", realçou.

A opção por esse regime simplificado vem sendo "a que tem merecido mais consenso" nas quatro reuniões que a CAP já realizou com conselhos diretivos de diferentes regiões, mas João Machado observou que, "independentemente do que venha a ser decidido, o orçamento já definido tem que ser cumprido".

Para o presidente da Confederação, a questão de esse orçamento "ser grande ou pequeno já não se coloca, porque o assunto ficou fechado o ano passado". O que importa considerar é que em causa está uma verba na ordem dos 590 milhões de euros anuais em ajudas diretas aos cerca de 200.000 agricultores portugueses, até final de 2019.

"A soma dos orçamentos da PAC diminuiu, até porque passámos de 26 para 28 Estados-membros, mas o primeiro pilar, das ajudas diretas, aumentou 7% e o segundo pilar, do apoio ao investimento, mantém-se mais ou menos igual", notou João Machado.

Portugal mantém-se como um dos países que recebem menos apoios per capita e ocupa o "22.º ou 23.º lugar da lista", o que "não agrada nada" ao presidente da CAP, que admite que a verba em causa resulta daquela que foi "a negociação possível".

"Pode dizer-se que é pouco, mas, se o orçamento global diminuiu e nós tivemos um aumento no primeiro pilar, isso significa que houve outros países que perderam mais do que nós", concluiu.

AYC // ARA

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