Assembleia Municipal de Matosinhos manifesta apoio à unidade de cuidados Kastelo
Porto Canal com Lusa
A Assembleia Municipal de Matosinhos expressou “solidariedade e apoio” à Associação NoMeioDoNada, que gere a Unidade de Cuidados Continuados e Paliativos Pediátricos – Kastelo, que está a ser investigada por alegados maus-tratos.
“Expressar à Associação NoMeiodoNada, nomeadamente aos pais/mães/encarregados/as de educação das crianças ali cuidadas, a sua total solidariedade e apoio, na certeza que os acontecimentos recentes representarão dores de crescimento e reforçarão os laços que unem os seus associados”, refere a recomendação do Pessoas-Animais-Natureza (PAN), aprovada por maioria na reunião deste órgão deliberativo, na segunda-feira à noite.
Os deputados municipais eleitos recomendaram ao executivo municipal, liderado pela socialista Luísa Salgueiro, que “tudo faça ao seu alcance e no estrito cumprimento das suas competências” para ajudar a associação e a unidade a cumprir as funções para que foi criada e a resolver os problemas que venham a ser identificados.
No início deste mês, o Ministério Público indicou estar a investigar denúncias de negligência e maus-tratos na unidade de cuidados continuados e paliativos pediátricos, num processo ainda em segredo de justiça.
Por seu lado, a direção da unidade de cuidados continuados negou e “repudiou veemente” as acusações de negligência e maus-tratos por parte da Operação Nariz Vermelho, tendo apresentado uma queixa por “difamação e assédio moral”.
A presidente da câmara reafirmou ter participado às entidades competentes denúncias que lhe chegaram sobre a instituição, tal como lhe competia.
Contudo, Luísa Salgueiro lembrou que acompanhou o projeto desde a primeira hora e mantém com o Kastelo uma “relação profunda”, esperando que este passe esta fase rapidamente.
“Estive inúmeras vezes na instituição e tudo o que vi foi carinho, dedicação e competência, tendo confiança nas instituições que estão a fazer as averiguações”, sublinhou.
Na justificação do voto favorável, o deputado do PSD Pedro da Vinha Costa explicou não só estar solidário com o Kastelo como esperar que resista “às tentações de tomada de poder interno que podem explicar muito do que está a acontecer”.
O voto de solidariedade à associação e à unidade não tenciona, em qualquer momento, condicionar as instituições, adiantou o socialista Carlos Mouta.
Assumindo que “há que dar espaço” às autoridades para fazerem o seu trabalho, o deputado elogiou a missão desta infraestrutura e lembrou que é uma resposta única no país.
Já os deputados do BE adiantaram que a abstenção não significa que não estejam solidários com a unidade de cuidados continuados, mas como existe uma investigação em curso consideraram não dever envolver-se.