Portugal e Argélia assinam acordos nas ligações aéreas, barragens e exportações

Portugal e Argélia assinam acordos nas ligações aéreas, barragens e exportações
| Economia
Porto Canal

O gabinete do vice-primeiro-ministro anunciou hoje vários acordos entre Portugal e Argélia, nas áreas das ligações aéreas, barragens e exportação de carne para aquele mercado, assim como a concessão de dois "vistos gold" a cidadãos argelinos.

O anúncio foi avançado à Lusa pelo gabinete de Paulo Portas, após a conclusão da quarta reunião do Grupo de Trabalho Económico Luso-Argelino, que decorreu quarta e quinta-feira em Argel, e na qual participou uma comitiva portuguesa de 36 empresas, liderada pelo vice-primeiro-ministro português.

Entre os vários acordos celebrados, está o da exportação de carne de vaca portuguesa para o mercado argelino, que representa 38 milhões de consumidores, tendo ainda sido escolhida pelo Governo daquele país magrebino a empresa de engenharia Coba para a conceção e fiscalização de um total de 67 barragens - a Argélia tem em curso um importante plano de expansão da sua capacidade de produção de energia hidroelétrica.

Na área das novas tecnologias, destaque para as parcerias criadas pela Visabeira para o mercado de televisão por cabo, pela Sociedade Interbancária de Serviços (SIBS), nas transações bancárias, e o consórcio E-xample, nas tecnologias de educação.

Quanto às novas ligações aéreas, o acordo alcançado prevê que, a partir de 14 abril, a companhia aérea argelina comece a voar duas vezes por semana para Lisboa, permitindo este reforço "impulsionar o turismo argelino em Portugal", segundo o gabinete de Paulo Portas.

No final do grupo de trabalho, o governante português anunciou ainda a concessão de dois "vistos gold" a cidadãos argelinos, por criação de postos de trabalho em Portugal.

"Os dois empresários adquiriram participações em duas empresas portuguesas na área dos materiais de construção, mais concretamente telhas, alcançando acesso a autorização de residência por ter contratado cada um deles mais 10 trabalhadores para as empresas. A entrada no capital destas empresas tem como objetivo reforçar a exportação para o mercado argelino", frisa o gabinete do vice-primeiro-ministro.

No primeiro ano de funcionamento, o programa dos "vistos Gold" registou a atribuição de autorizações sobretudo por aquisição de imobiliário, permitindo um aumento de 46% nas transações imobiliárias em Portugal.

A atribuição de vistos "gold", criados no âmbito do programa de Autorização de Residência para Actividade de Investimento em Portugal (ARI), é feita mediante três requisitos: aquisição de bens imóveis de valor igual ou superior a 500 mil euros, a transferência de capitais no montante igual ou acima de um milhão de euros e a criação de, pelo menos, 10 postos de trabalho.

Dos contactos estabelecidos em Argel, que incluíram o primeiro-ministro e sete membros do Governo daquele país, ficou ainda o interesse manifestado pela Argélia em integrar o centro de nanotecnologia ibérico, com sede em Braga.

Já na quarta-feira, o Governo da Argélia tinha anunciado que pretende reforçar as relações económicas com Portugal, tendo-se comprometido a atribuir a empresas portuguesas a construção de um troço de autoestrada, num investimento entre 180 e 250 milhões de euros e sublinhando que pretende que Portugal passe a integrar o grupo de parceiros preferenciais na contratação pública.

O gabinete de Paulo Portas tinha ainda anunciado que as empresas portuguesas de cerâmica Recer e a farmacêutica Atral Cipan assinaram em Argel contratos de exportação orçados em 115 milhões de euros, durante a missão empresarial.

As construtoras representam parte importante da delegação de cerca de 36 empresas portuguesas que acompanham o vice-primeiro ministro em Argel, entre as quais a Teixeira Duarte, a Opway, Zagope, Lena, Visabeira e Coba.

A delegação portuguesa integra ainda os secretários de Estado dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Luís Campos Ferreira, e da Inovação e Competitividade, Pedro Gonçalves.

O Fórum Empresarial Luso-Argelino contou com a presença de cerca de cem empresas argelinas, tendo sido liderado pelo vice-primeiro ministro, do lado português, e pelo ministro do Desenvolvimento Industrial e da Promoção do Investimento, do lado argelino.

As exportações portuguesas para a Argélia, um dos principais parceiros comerciais na região, aumentaram mais de 23% em 2013, tendo a balança comercial sido favorável a Portugal pela primeira vez em muitos anos.

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