Jornal com reflexão crítica vai representar Portugal na Bienal de Arquitetura de Veneza

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Porto Canal / Agências

Lisboa, 20 mar (Lusa) - Um jornal com reflexão crítica sobre habitação, com o título "Homeland | News From Portugal", vai representar Portugal na 14.ª Exposição Internacional de Arquitetura da Bienal de Veneza, entre 07 de junho a 23 de novembro deste ano.

De acordo com a Direção-Geral das Artes (DGArtes), que apresenta hoje o projeto em Lisboa e no Porto, o jornal, em inglês, vai ter três edições, cada uma de 165 mil exemplares, que serão distribuídos gratuitamente ao longo do certame internacional dedicado à arquitetura.

Este projeto, definido como "um dispositivo não convencional" pela DGArtes, é comissariado pelo arquiteto Pedro Campos Costa e terá produção da Trienal de Arquitetura de Lisboa, presidida pelo arquiteto José Mateus.

De acordo com a entidade responsável pela representação de Portugal na Bienal, o jornal "será o veículo de informação de conteúdos originais, especificamente produzidos para o projeto por uma equipa pluridisciplinar que reúne profissionais de excelência das áreas da arquitetura, da economia e do design".

O jornal, segundo o projeto, irá reportar conteúdos noticiosos produzidos com base em duas áreas de reflexão: "Cronológica", onde se pretende perceber, através de várias perspetivas e pequenos estudos, qual a evolução da habitação em Portugal, e a "Propositiva".

Na reflexão "Propositiva" terá seis temáticas tipológicas, com seis projetos urbanísticos que decorrerão ao longo dos seis meses de duração da Bienal e que serão protagonizados por seis grupos de arquitetos focados em seis cidades portuguesas.

As cidades são Porto, Matosinhos, Loures, Lisboa, Setúbal e Évora; as seis tipologias habitacionais são a temporária, informal, unifamiliar, coletiva, rural e reabilitação.

De acordo com o diretor-geral das Artes, Samuel Rego, este projeto nas seis cidades do país está em curso desde janeiro deste ano e visa não apenas a "intervenção física", mas também a criação de "propostas que ficarão para o futuro, para serem usados pelas câmaras como instrumentos de intervenção que promovam e qualifiquem a arquitetura e o urbanismo em Portugal".

"Convidámos as câmaras a participar, e todas elas responderam positivamente. Uma das partes mais inovadoras deste projeto é que estes instrumentos ficam ao serviço dos municípios", sublinhou Samuel Rego em declarações à Lusa.

Para Samuel Rego, este projeto que envolve as câmaras "é um manifesto em prol dos serviços públicos, nomeadamente os que qualificam o urbanismo e a arquitetura do país".

Questionado pela Lusa sobre se o projeto em Veneza foi condicionado pelo reduzido orçamento disponível - de 100 mil euros, um terço, comparando com a edição anterior, em 2012 - Samuel Rego rejeitou a ideia, sublinhando que "resulta de uma grande capacidade de inovação".

Samuel Rego adiantou que os jornais vão ser distribuídos no decurso da Bienal por máquinas "estrategicamente colocadas no espaço da exposição".

Para o comissário Pedro Campos Costa, "o formato de jornal, assumido para dar forma ao trabalho expositivo, permite uma abordagem gráfica e linguística mais direta e assertiva, sem no entanto deixar de ser reflexiva e profunda sobre os desafios que a arquitetura enfrenta no nosso país".

Adoc Architects, André Tavares, Artéria, Ateliermob, Like Architects, Mariana Pestana, Miguel Eufrásia, Miguel Marcelino, Paulo Moreira, Pedro Clarke, Sami Arquitectos e Susana Ventura são os arquitetos que vão participar no projeto de Portugal, em Veneza.

A 14.ª Exposição Internacional de Arquitetura da Bienal de Veneza vai ter como curador geral o arquiteto holandês Rem Koolhaas, autor do projeto da Casa da Música, no Porto, que definiu o conceito "Fundamentals" como tema base da edição deste ano.

AG // MAG

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