PSD/Congresso: Líder do CDS-PP diz há condições para entendimento e aponta às autárquicas

| Política
Porto Canal com Lusa

Viana do Castelo, 09 fev 2020 (Lusa) - O PCP acusou hoje o presidente do PSD, Rui Rio, de branquear, no seu discurso de encerramento do Congresso em Viana do Castelo, todas as responsabilidades políticas que o partido tem tido nos problemas estruturais do país.

Representantes do PS, PCP, CDS-PP, PAN, Verdes, Chega e Iniciativa Liberal assistiram ao discurso de encerramento de Rui Rio em Viana do Castelo, entre os quais o novo líder centrista, Francisco Rodrigues dos Santos, e o presidente dos socialistas, Carlos César.

Em declarações aos jornalistas, Gonçalo Oliveira, membro da Comissão Política do PCP, acusou Rui Rio de branquear as responsabilidades políticas que o partido tem.

"Tenho que registar o facto óbvio que foi feito um grande esforço por parte de Rui Rio para, passando em revista um conjunto de problemas estruturais do nosso país, branquear todas as responsabilidades que a política do PSD tem tido nos problemas que identifica", afirmou.

O dirigente comunista, que comentava o discurso do líder social-democrata, considerou "notória" a ausência de propostas e afirmou que, no que é apresentado como "sendo estrutural para o país, há uma convergência com as opções mais negativas até do Governo do Partido Socialista, nomeadamente nas questões de estabilidade orçamental e da submissão aos interesses da União Europeia".

Questionado sobre se a aproximação entre PSD e o CDS-PP muda a relação do PCP com o PS, aproximando-os, Gonçalo Oliveira sublinhou que a relação dos comunistas com os partidos é sempre norteada pelo compromisso assumido com os trabalhadores e o povo português.

"Essa é que é a aliança que importa para os comunistas, não as questões do parlamento", defendeu, salientando que na "própria intervenção do presidente do PSD fica claro que os partidos movem-se por questões de defesa de interesses de classes".

O presidente do PSD destacou hoje a presença da delegação do CDS-PP no encerramento do congresso do seu partido, dizendo que esta força política partilhou com os sociais-democratas e o Governo do país em "momentos difíceis".

Rui Rio referiu-se à delegação do CDS-PP presente no encerramento do 38º Congresso Nacional do PSD, em Viana do Castelo - e que é liderada pelo novo presidente democrata-cristão, Francisco Rodrigues dos Santos - logo nas suas primeiras palavras do seu discurso.

Aquele responsável afirmou ainda não era expectável que neste congresso fosse apresentada uma política alternativa para resolver os problemas do país.

"Aquilo que acabo por ressaltar é a ambição de um partido que quer regressar ao poder", defendeu.

Para Gonçalo Oliveira apenas o PCP pode "com autoridade" referir-se ao problema dos baixos salários ou da precariedade, sabendo que não tem tomado medidas para agravar esta situação.

"Antes pelo contrário tem propostas e luta todos os dias para superar esses problemas", disse.

VSYM/ABC // JPS

Lusa/Fim

Viana do Castelo, 09 fev 2020 (Lusa) -- O presidente do CDS-PP considerou hoje que "estão criadas condições" para uma plataforma de entendimento com o PSD, defendendo "uma aliança alargada" a pensar nas próximas autárquicas" para ganhar "o maior número de câmaras ao PS".

Francisco Rodrigues dos Santos, recentemente eleito líder do CDS-PP, esteve hoje no encerramento do 38.º Congresso do PSD, em Viana do Castelo, e falou aos jornalistas já depois de ter cumprimentado o presidente reeleito social-democrata, Rui Rio, no palco do Centro Cultural de Viana do Castelo.

"Através do discurso de Rui Rio e até dos reptos que foram sendo lançados pelo CDS após o nosso último congresso, estão criadas condições para que seja criada esta plataforma de entendimento", defendeu.

Na perspetiva do presidente do CDS-PP, "é importante que haja uma aliança alargada a pensar já nas próximas eleições autárquicas de modo a que PSD e CDS consigam ganhar o maior número de câmaras a ao PS".

"E muito brevemente, portanto a curto prazo, convidamos o PSD a juntar-se ao CDS no combate pela vida, contra a eutanásia, para que o estado tenha um papel humanista, que não desista das pessoas e não olhe para a vida como um valor que pode ser descartado", desafiou.

Francisco Rodrigues dos Santos fez questão de sublinhar que, no discurso de encerramento, "as palavras de Rui Rio foram simpáticas" e "o CDS mereceu uma nota particular".

"O CDS, embora tenha reparado que o PSD esteja a adotar uma estratégia rigorosamente ao centro, eu não vejo que isso seja prejudicial para o CDS na medida em que o CDS e o PSD não são partidos substitutivos um do outro, mas sim complementares", apontou, reagindo já ao posicionamento ao centro reafirmado por Rui Rio no congresso após a reeleição.

Na perspetiva do líder do CDS-PP, certamente que os dois partidos se vão encontrar "para apresentar uma solução que Governo que possa estreitar pontes e construir soluções alargadas para reformar o nosso país".

O CDS tem no PSD o seu parceiro tradicional. Queiramos em conjunto construir esta relação com base num cooperação institucional, baseada num diálogo construtivo, estruturado, leal e de confiança recíproca", afirmou.

JF // JPS

Lusa/fim

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