Ministro da Saúde critica rendas e margens excessivas no sector

| Política
Porto Canal / Agências

O ministro da Saúde, Paulo Macedo, criticou hoje a existência de "rendas e margens excessivas" praticadas por algumas empresas do setor, defendendo a necessidade de haver "dados mais transparentes", a par da rendibilidade da indústria.

No Porto, durante a intervenção num almoço debate organizado pelo International Club of Portugal, Paulo Macedo falou das rendas existentes no setor da saúde, lamentando que estas não tivessem o mesmo destaque e visibilidade que têm a de outras áreas, como por exemplo as da energia.

No final, questionado pelos jornalistas sobre este tema, o ministro da Saúde disse que o Governo tem divulgado "rendas, preços e margens que são de facto excessivas nesta área".

"Temos produtos farmacêuticos com margens de determinadas moléculas, de determinados medicamentos que têm variações como quando passam de medicamento de marca a genérico de 6000%, temos margens de 500%, temos reduções de 50% no preço. Isto não é normal", defendeu, falando de "total opacidade".

Paulo Macedo sublinhou que, em áreas como a eletricidade, a banca ou as seguradoras, é possível fazer comparações, realçando que, na saúde, é preciso ainda "fazer muita coisa" para se ter "dados mais transparentes".

"Obviamente a indústria tem de ser rentável, porque tem de continuar a poder investigar e a ter investigação mas que sejam valores que os cidadãos possam suportar", ressalvou.

Para o governante, "há possibilidades em diversas áreas de ter margens mais adequadas àquilo que são as possibilidades dos portugueses", defendendo "o acesso à saúde, em condições razoáveis, com margens razoáveis".

Interrogado sobre alguns casos polémicos na área da saúde que levaram a inquéritos, Paulo Macedo antecipou "conclusões preliminares sobre vários até ao mês que vem".

"Casos de diferente natureza, como já percebemos. Há casos que se está a analisar em termos de sistema e de organização, há outros casos que se está a analisar em termos de erro clínico. Isto é feito sempre com base em peritos. Mas conclusões preliminares da parte da Inspeção Geral de Atividades em Saúde, só no próximo mês", disse.

Durante a sua intervenção no debate, o ministro considerou ainda ser "um disparate" dizer que, na saúde, houve "cortes cegos", afirmando ainda não ser necessariamente mau cortar na despesa do setor.

Sobre as taxas moderadoras, o responsável da tutela salientou que, apesar de terem aumentado, "não afastaram as pessoas da saúde", destacando que "80% dos utilizadores estão isentos de taxas".

Sobre a necessidade de reformas estruturais nesta área, Paulo Macedo avançou a aposta na prevenção e em campanhas, defendendo ainda a necessidade de reduzir os custos dos cuidados e não os cuidados em si.

Evidenciando um "orçamento menor" na saúde, o ministro destacou a característica adicional que é o facto de os custos e as expectativas das pessoas estarem a aumentar no setor da saúde.

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