Quercus contesta uso de fundos comunitários para apoiar eucaliptos

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Porto Canal / Agências

Lisboa, 19 mar (Lusa) - A associação ambientalista Quercus contestou hoje o apoio à plantação de eucaliptos previsto no próximo Plano de Desenvolvimento Rural (PDR 2014-2020), que pode ir até 40% a fundo perdido, e exigiu a retirada desta proposta.

O comunicado da Quercus surge após a análise da proposta do PDR (versão de 10 de março), tendo os ambientalistas considerado "inaceitável" que os fundos comunitários sejam usados para financiar novos eucaliptais, em terras agrícolas e em espaços florestais onde concorrem com espécies autóctones.

"Constatando-se que as condições de acesso propostas permitem apoiar até 40% a fundo perdido a plantação para as espécies de rápido crescimento - leia-se eucaliptais em rotações com uma duração entre oito e 20 anos - tal configura uma ajuda pública a iniciativas particulares ou empresariais que concorrem livremente no mercado e não necessitam de mais incentivos", observou a Quercus.

A associação destaca que o eucalipto já é a espécie mais representativa na floresta portuguesa, ultrapassando os 820 mil hectares, e que 92% dos pedidos feitos no âmbito do novo regime de arborização se destinam a plantações deste tipo.

"É muito estranho que a política pública se concentre em aumentar ainda mais a área ocupada por monoculturas de eucalipto", frisa, criticando a "fraca produtividade" desta espécie "devido à sua má instalação e gestão" que obriga a importações para alimentar a indústria de celulose.

A Quercus defende que os fundos públicos e comunitários devem ser usados para reconverter os eucaliptais "mal instalados e sem gestão" em novos eucaliptais ou na substituição do eucalipto por espécies autóctones para "resolver o problema de abastecimento e mitigar os impactes ambientais".

A proposta do PDR contém, apesar de tudo, segundo a Quercus, alguns aspetos positivos para o desenvolvimento sustentável do mundo rural, como a instalação de mosaicos agroflorestais para minimizar o risco de incêndios e aumento do financiamento comunitário para a gestão da floresta que pode chegar aos 80% a fundo perdido.

RCR // MSF

Lusa/fim

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