Socialistas acusam deputada opositora pelas 29 mortes ocorridas em protestos na Venezuela

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Porto Canal / Agências

Caracas, 19 mar (Lusa) - Em nome da maioria parlamentar socialista o presidente da Assembleia Nacional venezuelana solicitou segunda-feira ao Ministério Público iniciar de maneira "imediata e rápida" uma investigação penal contra a deputada opositora Maria Corina Machado a quem responsabiliza pelas 29 mortes ocorridas em protestos no país, desde 12 de fevereiro último.

"Viemos solicitar uma investigação imediata, pertinente, rápida, contra a senhora deputada Maria Machado, pelos delitos de instigação a cometer delito, traição à pátria, terrorismo, homicídio, por fazer chamados à violência de maneira irresponsável", disse.

Em declarações aos jornalistas explicou que estes delitos "fizeram um dano irreparável à pátria" e que espera que se "faça justiça" porque a deputada "tem que pagar perante a justiça".

"É público, notório e comunicacional que esta senhora chamou a incendiar as ruas de Venezuela (...) não importa onde acuda, na Venezuela será julgada por todos estes delitos que lesam a humanidade", frisou, sublinhando que o destino da pátria "não o cambia nem um sobrenome, nem um grupo de pessoas burguesas que pretendam vir mudar o rumo do país".

Numa conferência de imprensa Maria Corina Machado denunciou que estava a ser "atacada por um regime ditatorial", anunciou que continuará nas ruas a apoiar os protestos pacíficos dos venezuelanos e apelou aos governos da América Latina a pronunciar-se sobre a crise venezuelana.

A acusação tem lugar um dia depois de o Panamá (país com o qual a Venezuela rompeu recentemente relações bilaterais) enviar uma carta à Organização de Estados Americanos recomendando que ouça a deputada e de convidar Maria Corina Machado a falar sobre a crise venezuelana.

A denúncia procura levantar a imunidade parlamentar da deputada que se converteria na quarta parlamentar opositora afastada do cargo pela maioria socialista afeta à revolução bolivariana.

O primeiro caso aconteceu em 2010, quando Wilmer Azuaje foi acusado de delito genérico contra a mulher e de ultraje a funcionário público. Em 2013 o deputado Richard Mardo foi acusado de defraudação tributária e legitimação de capitais. Nesse mesmo ano Maria Aranguren foi acusada de peculato doloso próprio, associação para cometer delito e legitimação de capitais.

Há 36 dias que a Venezuela é palco de protestos diários em várias cidades do país, durante os quais pelo menos 29 pessoas morreram e várias centenas ficaram feridas.

FPG

Lusa/Fim

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