Governo de Maputo aceita observadores internacionais para cessar-fogo no país
Porto Canal / Agências
Maputo, 18 mar (Lusa) - O Governo moçambicano concordou com a presença de mediadores internacionais no processo de desmilitarização do país, acolhendo uma exigência da Renamo, mas condicionou a sua presença à discussão do cessar-fogo.
O consenso foi alcançado na segunda-feira, no final de uma nova ronda de negociações entre o Governo de Maputo e a Renamo, o maior partido da oposição em Moçambique.
"Se isso dá conforto à Renamo, o Governo está aberto à presença de observadores internacionais para o processo específico de cessação de ataques da Renamo a cidadãos indefesos e às Forças de Defesa e Segurança. Teremos de acordar o papel destas figuras no diálogo", disse José Pacheco, chefe da delegação governamental.
Na 44.ª reunião bilateral, as duas delegações criaram uma comissão composta por peritos militares de ambas as partes, para analisar os termos de referência sobre a cessação dos ataques e a possível presença de observadores estrangeiros no processo.
A comissão vai apresentar o relatório do seu trabalho na sexta-feira, para que as delegações possam avançar nesse dossiê.
"Os peritos militares vão-se debruçar sobre os mecanismos para a cessação dos ataques e trarão em sede de diálogo o que deve ser feito para se chegar a essa plataforma de ordem e tranquilidade pública na região centro do país", disse Pacheco.
Por seu turno, o chefe da delegação da Renamo, Saimone Macuiane, referiu que, na reunião, as partes concordaram com a "necessidade urgente" de intervenção de entidades internacionais para se resolver a situação prevalecentes sobre os confrontos armados.
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