Sabrosa, 14 mar (Lusa) -- A Mostra de Teatro do Douro, que arranca no sábado, em Sabrosa, aposta nas comédias para animar as populações nestes tempos de crise e quer ser um palco para a divulgação das companhias amadoras, anunciou hoje a organização.

O evento, organizado pela Associação Vale d'Ouro, com sede no Pinhão, concelho de Alijó, promove até ao dia 12 de abril seis espetáculos pelo Douro, desde Alijó, Santa Marta de Penaguião, Peso da Régua e Pinhão.

"As pessoas estão um pouco frustradas com a situação que o país atravessa e o que nós queremos é que venham ao teatro e se sintam bem, e a melhor forma de o fazerem é com comédias", afirmou hoje à agência Lusa Luís Almeida, presidente da associação.

Sabrosa acolhe no sábado o espetáculo inaugural do evento, designadamente a peça "É a crise que criséria... este país está na miséria", produzido pelo grupo de teatro Aldeia Verde, de Lazarim (Lamego).

Esta comédia pretende retratar satiricamente os tempos de crise que vive o país através de diversos personagens que vivem a realidade de forma bastante diferente.

"Queremos que as pessoas se divirtam um pouco e esqueçam as dificuldades que estamos a atravessar", salientou Luís Almeida.

Precisamente também por causa da crise, os bilhetes para alguns espetáculos são gratuitos, enquanto, em outros locais, o preço máximo é de dois euros.

A mostra pretende ainda, segundo o responsável, ser um palco para as companhias amadoras divulgarem o seu trabalho.

"As queixas são que as oportunidades não surgem para se mostrarem e mostrarem os seus trabalhos. São companhias que anualmente produzem uma peça e têm todo o gosto em mostrar o trabalho que vão desenvolvendo", referiu ainda.

São, em muitos casos, encenadores e atores que repartem o seu tempo no teatro com as atividades profissionais e que representam sem honorários.

Pela edição de 2014 vão passar ainda o GETEPE -- Teatro Perafita, que vai apresentar "O camarada Mioussov", o Teatro Experimental Flaviense com a produção "O grande teatro do mundo", o Teatro Fórum de Boticas com "Só visto" e o grupo do Centro Cultural Lordelense (Vila Real) com "O grande aldrabão".

A mostra encerra a 12 de abril com "Socorro paizinho, já sou doutora", do Tear Douro (Peso da Régua).

A primeira edição remonta a 2009, ano em que foram realizados apenas quatro espetáculos na vila do Pinhão, sede da associação.

Depois de quatro edições em que o certame se consolidou no concelho de Alijó, a mostra de 2014 dispersa-se pelo vale do Douro.

PLI // JAP

Lusa/Fim