Indústria do calçado lança plano de ação para liderar ao nível da sustentabilidade

| Economia
Porto Canal com Lusa

Redação, 05 dez 2019 (Lusa) -- A rastreabilidade das matérias-primas, o desenvolvimento de novos produtos e modelos de negócio e a utilização de couros e polímeros 'biobased' são algumas das medidas do Plano de Ação do Cluster do Calçado para a Sustentabilidade, hoje apresentado.

"O nosso objetivo é que a indústria portuguesa de calçado seja líder no desenvolvimento de soluções sustentáveis", afirmou o presidente da Associação Portuguesa dos Industriais de Calçado, Componentes, Artigos de Pele e seus Sucedâneos (APICCAPS).

Considerando tratar-se de "um documento ímpar na economia portuguesa, ao procurar criar um pensamento setorial estruturado, visando responder de uma forma integrada aos diferentes domínios da sustentabilidade", Luís Onofre afirma que "será uma ferramenta essencial para o reposicionamento estratégico do setor na cena competitiva internacional".

Elaborado sob coordenação da Associação e do Centro Tecnológico do Calçado, o plano de ação hoje apresentado no Porto divide-se em três eixos - Planeta, Pessoas e Empresas -- e apresenta mais de 12 medidas distribuídas por cerca de 50 ações, envolvendo um universo de 400 empresas.

Os objetivos são promover o uso de materiais recicláveis ou fontes renováveis sustentáveis, a redução das emissões de gases com efeito de estufa e perigosas, o 'ecodesign' do calçado e marroquinaria, a eficiência energética, a gestão circular de resíduos e produtos, o uso de eletricidade e energias renováveis e a neutralidade carbónica, a par do aumento da produtividade e da competitividade e da consolidação das exportações e de novos mercados.

Entre as medidas previstas estão o desenvolvimento de novos conceitos de produtos e modelos de negócio e a análise do ciclo de vida dos produtos e de questões ligadas à biomecânica e saúde, assim como a rastreabilidade da origem das matérias-primas.

Ao nível dos materiais e componentes usados na indústria do calçado, o plano aponta o uso de couros e polímeros 'biobased' e ultraleves, de componentes "super reforçados e multifuncionais", o fabrico aditivo (que permite a transformação direta de ficheiros de 'design' em objetos plenamente funcionais) e simbioses industriais.

Já no que se refere às tecnologias e processos, é dado destaque à digitalização da fileira, aos sistemas de produção, corte, logística e qualidade, à automação e robótica e à inteligência artificial.

No domínio da ética e da transparência, o plano de ação salienta a necessidade de munir os consumidores com informação e recomendações para o uso dos produtos adquiridos e refere o potencial de novas abordagens de negócio, como o 'online', e a importância da criação de relações de negócio duradouras.

Ainda recomendada é a quantificação, pelas empresas, da respetiva sustentabilidade e da pegada ambiental do produto.

A importância do "'design' para a qualidade, durabilidade e reciclagem", do recurso a matérias-primas certificadas e oriundas de florestas sustentáveis e do uso de materiais poliméricos reciclados e reciclados são outras iniciativas constantes do estudo.

Ao nível da produção, o plano destaca o papel dos "ecoprocessos" e de "fábricas ágeis e avançadas", a par da monitorização da ação de substâncias químicas e da emissão "zero" de substâncias perigosas.

PD // CSJ

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