Câmaras abandonam assembleia da Águas do Mondego contra "postura centralista"

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Porto Canal / Agências

Coimbra, 12 mar (Lusa) -- Os representantes dos 12 municípios que integram a Águas do Mondego (AdM) abandonaram hoje a assembleia geral da empresa "perante a postura centralista" e "ditatorial" do acionista maioritário, a também empresa pública Águas de Portugal (AdP).

"Não tivemos outra solução que não abandonar a assembleia", disse o presidente da Câmara Municipal de Coimbra, Manuel Machado, que falava aos jornalistas em representação de todos os municípios acionista da AdM, que detêm 49% do capital social da sociedade, enquanto a AdP possuiu 51%.

Perante uma "postura centralista, não aberta ao diálogo" e agindo de "forma ditatorial e imperativa", os presidentes das autarquias não tiveram "outra solução que não a de abandonar" a reunião, sustentou Manuel Machado, adiantando que a decisão dos autarcas foi tomada na sequência de deliberação de suspender a assembleia.

Tal decisão, proposta e votada favoravelmente pela AdP e que mereceu os votos contrários dos municípios, inviabilizou, designadamente, a eleição dos novos corpos sociais (que já deveriam ter sido escolhidos "em março de 2013") e o "debate de assuntos de relevante interesse para a sociedade", justificou Manuel Machado.

"Os representantes dos acionistas municipais ficaram indignados" com a apresentação, "de forma intempestiva", de uma proposta de "suspensão da assembleia e de não eleição dos órgãos sociais, de não tratar de assuntos de relevante interesse para a sociedade" e de discutir e de "poder deliberar sobre as orientações estratégicas da empresa", relatou o presidente da Câmara de Coimbra.

A proposta do acionista maioritário foi "a gota de água que a conduta já não aguentou" e deixou os representantes dos municípios "indignados", disse Manuel Machado, adiantando que o comportamento da AdP se terá ficado a dever "a orientações da tutela, segundo foi referido", durante a reunião.

Trata-se de "uma desconsideração que de todo se repele e que não se pode aceitar", que "põe em causa a dignidade da assembleia geral" da AdM, "o rigor da gestão da empresa" e que "põe em causa o pacto social que foi criado exatamente para prosseguir" fins sociais que, até então, "vinham a ser assegurados de uma forma idónea pelos municípios".

Para Manuel Machado, "a impossibilidade de discutir, de analisar, em assembleia geral, os planos estratégicos que a empresa tem para apresentar põem em causa todo o trabalho", tal como "a sonegação de informação", que é "absolutamente inaceitável".

"Fomos informados de que a empresa AdM, através da AdP, tinha posto ao corrente do [seu] plano de investimento o ministro da tutela e o regulador ERSAR [Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos]", mas, "de forma inaceitável", a AdP "recusou partilhar essa informação com os acionistas", hoje "reunidos em assembleia geral", afirmou o presidente da Câmara de Coimbra.

"Há rompimento de condutas, de parcerias, de relações entre entidades públicas", concluiu.

A Águas do Mondego tem como acionistas a Águas de Portugal e os municípios de Ansião e Leiria (distrito de Leiria), e Arganil, Coimbra, Condeixa-a-Nova, Góis, Lousã, Miranda do Corvo, Penacova e Vila Nova de Poiares (distrito de Coimbra), e Mealhada (distrito de Aveiro).

JEF // SSS

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