PEV espera greves com "brilhante sucesso" que ajudem a acabar com "manigâncias do Governo"

| Política
Porto Canal / Agências

Lisboa, 14 jun (Lusa) - O PEV acusou hoje o Governo de lançar a confusão entre os portugueses com a questão do pagamento do subsídio de férias e cortes adicionais para 2014 e disse esperar que as próximas greves tenham "um brilhante sucesso".

Durante o debate quinzenal, no Parlamento, a deputada do PEV Heloísa Apolónia criticou os "cortes antecipados para 2014" e exigiu explicações sobre estas medidas "absolutamente dramáticas para o país".

Na sua intervenção, a deputada ecologista considerou que "se ninguém percebeu até agora" a questão do pagamento do subsídio de férias e que o Governo deve "pôr a hipótese de estar com uma enormíssima dificuldade de comunicação com o Parlamento e com os portugueses".

"Porque está mesmo, ninguém percebe nada", afirmou Heloísa Apolónia.

Apolónia afirmou ainda que PS, PSD e CDS "quando chamaram para cá a 'troika'" o fizeram para que "não houvesse problema para pagamento de salários", mas que "desde então o que mais se tem feito é a falta de pagamento de salários e de subsídios", com cortes em tudo o que é rendimento dos trabalhadores".

Por seu lado, o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, voltou a negar qualquer "corte adicional de 4700 milhões de euros para 2014" e referiu que esse valor já estava incluído no pacote de medidas a aplicar até 2015.

Passos considerou "lamentável" que se "insista" na tese de que há "um corte adicional", porque "não é verdade".

"Sabemos que há, relativamente ao programado inicialmente, uma redução adicional de 4700 milhões de euros até 2015 e não há nenhuma alteração que recorra do 'staff report' do FMI ontem divulgado", afirmou.

Segundo o primeiro-ministro, "as medidas completadas dentro desse esforço adicional de 4700 milhões de euros são públicas, uma a uma".

"Não preciso de o repetir de cada vez que venho ao Parlamento, todas as medidas são conhecidas, nenhuma é definitiva, podemos sempre substituir aquele lote de medidas por medidas que tenham um efeito equivalente e já anunciámos firme propósito de o fazer relativamente a uma delas, a contribuição sobre as pensões", referiu.

Pedro Passos Coelho disse não querer "acrescentar rigorosamente mais nada" sobre o pagamento do subsídio de férias: "Se não quis compreender, e não creio que nesta altura esteja disponível para compreender, deixo-a formular o seu cliché para o jornal das oito".

O primeiro-ministro frisou que "a dinamização da economia entre junho e novembro", questão levantada por Heloísa Apolónia, não foi o indicador tomado em conta pelo Governo "quando comunicou com antecedência ao país e ao Parlamento a forma como ia repor os subsídios".

Na sua intervenção, a deputada do PEV Heloísa Apolónia acusou Passos de ter a ideia "absolutamente lunática" de que "a procura interna não tem efeitos na economia" e apelou à participação nas greves marcadas para as próximas semanas.

"Espero que o povo lhe faça mesmo perder muita força anímica e que estas greves marcadas tenham um brilhante sucesso para que o povo lhe dê a resposta que merece, porque já ninguém consegue tolerar mais estas manigâncias do Governo, que não são problema só de comunicação, são problemas de política que afetam e degradam a vida das pessoas", afirmou.

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