Óbito/José Mário Branco: "Portugal de Abril ficou mais pobre"

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Porto Canal com Lusa

Lisboa, 20 nov 2019 (Lusa) -- A Associação 25 de Abril considerou hoje que "o Portugal de Abril ficou mais pobre", expressando o seu pesar pela morte do cantor de intervenção José Mário Branco.

"O José Mário Branco ocupou e ocupa, através da sua intervenção na canção de protesto, um dos lugares cimeiros nesse escol de lutadores pela Liberdade [...] Portugal, o Portugal de Abril, ficou mais pobre!", escreve a associação em comunicado enviado às redações.

A associação destacou a "permanente ação cívica, cultural e política, na defesa de uma sociedade mais justa, mais livre e mais igualitária" levada a cabo pelo artista ao longo da sua carreira.

José Mário Branco é relembrado como um "associado de sempre e colaborador em várias" iniciativas da associação, que se despede com "profundas e fraternais condolências" e curvando-se "à sua memória".

Nascido no Porto, em maio de 1942, José Mário Branco é considerado um dos mais importantes autores e renovadores da música portuguesa, a partir do final dos anos de 1960 e em particular dos anos que rodearam a Revolução de Abril de 1974, cujo trabalho se estende também ao cinema, ao teatro e à ação cultural.

Foi fundador do Grupo de Ação Cultural (GAC), fez parte da companhia de teatro A Comuna, fundou o Teatro do Mundo, a União Portuguesa de Artistas e Variedades e colaborou na produção musical para outros artistas, nomeadamente Camané, Amélia Muge, Samuel e Nathalie.

Em 2018, José Mário Branco cumpriu meio século de carreira, tendo editado um duplo álbum com inéditos e raridades, gravados entre 1967 e 1999. A edição sucede à reedição, no ano anterior, de sete álbuns de originais e um ao vivo, de um período que vai de 1971 e 2004.

No ano passado, aquando da homenagem que lhe foi prestada no âmbito da Feira do Livro do Porto, José Mário Branco afirmou: "O que a gente faz é uma gota no oceano do grande caminho da Humanidade".

ARZL/JPS (SS) // JPS

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