Coreia do Norte acusa Sul de romper acordo ao começar a difamar Pyongyang
Porto Canal / Agências
Seul, 12 mar (Lusa) - A Coreia do Norte acusou hoje o Sul de romper o acordo ao abrigo do qual ambos se comprometeram a evitar a difamação, advertindo que esse pacto se encontra numa situação "crítica".
"As autoridades sul-coreanas começaram a difamar a RPDC (República Popular Democrática da Coreia) em flagrante violação do acordo alcançado no encontro de alto nível", afirmou o porta-voz da delegação norte-coreana responsável pelos contactos com o Sul, num comunicado citado pela agência estatal KCNA.
O porta-voz acusou o ministro da Unificação do Sul, Ryoo Kihl-jae, de "provocar a fúria" dos funcionários e cidadãos do Norte ao declarar que se o regime de Kim Jong-un não cumprir as suas promessas "não lhe será oferecida nem sequer uma sopa", expressão que qualificou de "repugnante.
Num histórico passo para aliviar a tensão, as duas Coreias realizaram, em meados de fevereiro, os seus primeiros contactos de alto nível em sete anos, encerrados com os compromissos de não se difamarem mutuamente e de manutenção dos diálogos com o objetivo de iniciar uma etapa de paz duradoura.
Pyongyang também condenou Seul por permitir que organizações não-governamentais locais, muitas das quais dirigidas por refugiados norte-coreanos, enviem para o Norte panfletos de propaganda contra o regime de Kim Jong-un.
O porta-voz acusou o Governo sul-coreano de "proteger essa escória humana", referindo-se aos dissidentes, apoiando-se em "desculpas absurdas, como a liberdade de expressão, associação e manifestação", refere a KCNA, citada pela Efe.
A Coreia do Norte atacou ainda os meios de comunicação sul-coreanos, atribuindo-lhes a publicação de "mentiras" numa "campanha de desprestígio" contra o Estado comunista.
Os meios de comunicação sul-coreanos "não devem incitar a desconfiança, a hostilidade e a divisão", mas antes "atuar como guia patriótico a fim de contribuir para a reconciliação nacional e reunificação pacífica", afirmou o porta-voz.
O mesmo responsável advertiu ainda que "a Coreia do Norte vigiará de perto a atitude e os movimentos das autoridades sul-coreanas", num período marcado por incertezas quanto à capacidade de os dois países conseguirem dar continuidade à aparente fase de entendimento, iniciada há menos de um mês.
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