DSCH--Schostakovich Ensemble apreensivo com continuidade do Prémio de Composição

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Porto Canal com Lusa

Lisboa, 14 nov 2019 (Lusa) - O Prémio de Composição DSCH--Schostakovich Ensemble será entregue pela primeira vez este ano, mas o ensemble está apreensivo quanto à sua continuidade, porque a candidatura apresentada à Direção-Geral das Artes ficou sem apoio, embora tenha sido considerada elegível.

Os resultados provisórios do concurso do programa sustentado de apoio às artes, divulgados no passado mês de outubro, pela Direção-Geral das Artes (DGArtes), não contemplam a candidatura do DSCH-Schostakovich Ensemble, embora o júri a tenha considerado elegível para financiamento.

De acordo com o pianista Filipe Pinto-Ribeiro, diretor artístico do ensemble, este facto causou surpresa e deixou-o apreensivo, "pondo em causa toda a atividade" do agrupamento, não só o Prémio de Composição agora encetado, mas também outros projetos como o Verão Clássico.

"Há mais de dez anos [que o DSCH--Schostakovich Ensemble] é responsável por projetos artísticos de excelência, como o 'Verão Clássico', reconhecido como um dos melhores festivais e academias mundiais [de música]", recordou Pinto-Ribeiro à Lusa.

O Verão Clássico - Academia Internacional de Música de Lisboa tem decorrido anualmente no Centro Cultural de Belém, entre julho e agosto, com um "eixo performativo e um eixo educativo", envolvendo concertos diários, 'masterclasses' e atuações, com músicos e professores oriundos de instituições portuguesas e estrangeiras, e solistas de diferentes orquestras mundiais.

Este ano, a academia mobilizou músicos de professores de instituições como a Escola Superior de Música "Hans Eisler" de Berlim, a Escola de Música e Drama Guildhall e a Real Academia de Música de Londres, o Conservatório Superior de Paris, assim como músicos das orquestras de Paris, do Mozarteum de Salzburg e da Filarmónica de Berlim, entre outras instituições.

Pinto-Ribeiro recordou à Lusa que este projeto "é uma plataforma de profissionalização de jovens músicos, e a candidatura para 2020/2021 [apresentada à DGArtes] foi considerada elegível", mas ficou sem apoio, única e simplesmente por causa da "insuficiência da verba disponível".

Esta realidade foi aliás reconhecida por júris, que inscreveram em ata, pela primeira vez, de forma unânime, a falta de dinheiro para os concursos, e também pela própria DGArtes, que já defendeu a necessidade de melhorar e corrigir o atual modelo de apoio, assim a ministra da Cultura, Graça Fonseca, que já admitiu uma "revisão crítica" do modelo.

Na área da Música, os resultados provisórios dos concursos da DGArtes somaram 25 candidaturas elegíveis, deixando dez sem apoio. Nesta área, o júri assegurou ainda, em ata, que o limite imposto por região excluiu "cinco das dez [candidaturas] elegíveis na Área Metropolitana de Lisboa".

O ensemble "apresentou já uma contestação" à DGArtes, no prazo previsto do concurso bienal do apoio sustentado, e aguarda "uma decisão final, esperando uma correção da classificação que é muito penalizadora", disse o pianista à Lusa.

Em declarações à Lusa, Filipe Pinto-Ribeiro recordou a aclamada carreira nacional e internacional do DSCH -- Schostakovich Ensemble e a sua discografia premiada.

A primeira edição do Prémio de Composição DSCH--Schostakovich Ensemble distinguiu este ano Luís Tinoco e a entrega do prémio será feita no próximo dia 28, no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, num concerto, em que será estreada "Alepo", a obra resultante da encomenda a Luís Tinoco.

O concerto "Crossings: Clássica, Folk & Jazz" incluirá ainda obras de Stravinsky, Gershwin, Bartók e Poulenc.

NL // MAG

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