Elisa Ferreira lembra ministros das Finanças que "são precisos dois" para acordo de união bancária

| Economia
Porto Canal / Agências

Estrasburgo, França, 11 mar (Lusa) - A eurodeputada Elisa Ferreira (PS) disse hoje que o Parlamento Europeu quer chegar a um acordo sobre a união bancária, mas lembrou aos ministros das Finanças que, tal como para o tango, "são precisos dois para isto".

"Se o Conselho [de ministros das Finanças da UE] mover a sua posição de 18 de dezembro - coisa que ainda não aconteceu até agora - penso que há condições para haver acordo, mas é preciso que haja movimento, e esse movimento tem sido muito difícil", disse, em declarações à Lusa a eurodeputada.

"Estamos completamente empenhados em ter um acordo, mas é preciso dois para dançar o tango e para isto também", disse.

A eurodeputada adiantou ainda que o Conselho está a "criar pressão sobre o Parlamento para fechar acordo, nitidamente", acrescentando que a posição da assembleia tem sido clara: "prefere não ter acordo do que ter um mau acordo, mas simultaneamente estamos a fazer tudo para que esse bom acordo seja possível".

O presidente do fórum dos ministros das Finanças da zona euro (Eurogrupo), Jeroen Dijsselbloem, e o tutelar da pasta grego (a Grécia assume a presidência rotativa da UE) chegam na quarta-feira à tarde a Estrasburgo para reiniciar negociações tripartidas, o chamado trílogo.

"O voto final desta legislação pode ocorrer na última sessão parlamentar, que é a que termina no dia 17 de abril", adiantou Elisa Ferreira, esclarecendo que "se não houver acordo no Conselho, o PE fecha a primeira leitura e estabiliza definitivamente a sua posição".

Se isto acontecer, sublinhou, a decisão final sobre a união bancária só acontecerá na próxima legislatura europeia, podendo ser adiada até estar constituída a próxima Comissão Europeia, sendo que o mandato da 'Comissão Barroso' termina a 31 de outubro, "o que atrasará muito todo o processo de implementação do mecanismo de resolução".

"O PE está consciente da importância disto, sobretudo porque a partir de setembro ou outubro teremos o Banco Central Europeu como supervisor único na UE e seria gravíssimo que o supervisor único declarasse que um banco está não viável e o empurrasse depois para uma entidade de nível nacional, quando a supervisão foi feita a nível europeu", considerou ainda a deputada.

O presidente do Eurogrupo disse na segunda-feira, em Bruxelas, que a negociação com o Parlamento Europeu para concluir a união bancária recomeça na quarta-feira e vai prolongar-se, havendo ainda vários pontos de divergência.

Dijsselbloem sublinhou haver uma "razão de urgência económica" para "clarificar a união bancária" e "para que os mercados assim possam apoiar mais a economia europeia".

Em fevereiro, o PE reiterou a sua oposição à posição do Conselho, aprovando por esmagadora maioria um relatório de Elisa Ferreira muito crítico da proposta defendida ao nível dos governos nacionais.

IG (ATF)// ATR

Lusa/fim

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