Mais de 600 afectados pelo acidente nuclear de Fukushima apresentaram queixas em 2013
Porto Canal
Mais de 600 pessoas afetadas pela crise nuclear de Fukushima apresentaram, ao longo do ano passado, queixas contra o Governo japonês e contra a operadora da central, a Tokyo Electric Power (TEPCO), pelos danos causados pelo acidente.
Um total de 602 pessoas retiradas na sequência da crise de Fukushima, que teve origem faz hoje três anos, juntaram-se às que entraram com processos abertos nos tribunais provinciais de Tóquio, Yamagata, Niigata, Maebashi e Yokohama, revelou hoje a agência noticiosa nipónica Kyodo.
O tribunal do distrito de Tóquio acumula o maior número de novas denúncias, apresentadas por 234 cidadãos retirados após a catástrofe, os quais reclamam uma compensação de 4.600 milhões de ienes (32,2 milhões de euros) pelos danos sofridos.
Entre os novos demandantes figura um funcionário da TEPCO que estava na central de Fukushima Daiichi aquando do acidente de 11 de março de 2011 e que se encontra de baixa desde então devido a ferimentos.
Para fazer frente aos custos da reestruturação e às milhares de indemnizações com vista a compensar os danos causados pelo acidente, a TEPCO recebeu, como parte de um fundo de resgate apoiado pelo Governo, um total de 3,79 biliões de ienes (36.707 milhões de euros).
Hoje cumprem-se três anos do sismo e do tsunami que provocou mais de 18 mil mortos e desencadeou a crise nuclear de Fukushima, a mais grave desde a de Chernobil (Ucrânia, 1986).
Depois do acidente nuclear, 200 mil pessoas foram retiradas das zonas próximas, das quais cerca de 50 mil continuam sem poder voltar às suas casas, situadas num raio de entre 10 e 20 quilómetros em torno da central.
Em todo o país, aproximadamente 267 mil pessoas permanecem em abrigos ou casas temporárias, ou seja, mais de metade dos 470 mil que tiveram de ser retirados há três anos devido à catástrofe.