Presidente do Santander critica banco "promocional" anunciado pelo ministro da Economia

| Economia
Porto Canal com Lusa

Lisboa, 31 out 2019 (Lusa) - O presidente executivo do Santander Totta, Pedro Castro e Almeida, criticou hoje o "banco promocional nacional" verde anunciado na quarta-feira pelo ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, dizendo que há "excesso" de bancos em Portugal.

"Se há sítio onde não é preciso mais um banco, é nas empresas", afirmou Pedro Castro e Almeida aos jornalistas durante a conferência de imprensa de apresentação de resultados do Santander (lucros de 390,9 milhões de euros até setembro), em Lisboa.

O responsável acrescentou que em Portugal há "um excesso de bancos e essa é uma das razões pelas quais a rentabilidade no setor financeiro é tão baixa".

Pedro Castro e Almeida disse ainda que na banca tradicional "as empresas têm acesso a 'spreads' de crédito como nunca tiveram", e que se há algo de que a banca não necessita agora "é do Estado criar uma nova estrutura para dar mais emprego a não sei quem, de certeza que também precise, para apoiar um setor que já é muito apoiado e prejudicar ainda mais a rentabilidade dos bancos existentes".

"Mais uma vez, lá estamos nós a criar situações indevidas que eu penso que não vão ajudar", prosseguiu o presidente do Santander, considerando que, "na Europa, e em Portugal muito, a relação da situação financeira dos bancos e o impacto da economia é muito grande".

Pedro Castro e Almeida prosseguiu dizendo que "uma banca com má rentabilidade vai cada vez mais deixar de lado determinadas pessoas, particulares e algumas empresas, e isso tem um efeito grande na economia".

O ministro da Economia e da Transição Digital, Pedro Siza Vieira, anunciou na quarta-feira no parlamento que o Governo vai criar "um verdadeiro banco promocional nacional" verde nos próximos 100 dias, para dar às empresas possibilidades de financiamento.

"Vamos criar, finalmente, um verdadeiro banco promocional nacional a partir da integração das diversas sociedades financeiras do Ministério da Economia", anunciou o também ministro de Estado e 'número dois' do Governo, durante um discurso no debate do Programa de Governo.

De acordo com Pedro Siza Vieira, "nos próximos cem dias, esta nova instituição deverá estar constituída e dotada de recursos suficientes para disponibilizar às empresas portuguesas os meios de financiamento adequados à sua transformação".

"Irá funcionar, igualmente, como um Banco Verde, apoiando os investimentos necessários ao esforço de descarbonização da Economia e ao combate às alterações climáticas", disse ainda o ministro no parlamento.

JE // CSJ

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