Procuradores divulgaram denúncia contra Lula da Silva para minimizar críticas à Lava Jato - imprensa

| Mundo
Porto Canal com Lusa

Horta, Açores, 14 out 2019 (Lusa) - A deputada do CDS-PP à Assembleia Legislativa dos Açores, Graça Silveira, anunciou hoje que vai abandonar o seu grupo parlamentar, por causa da "prepotência" e "perseguição" do líder regional do partido, Artur Lima.

"Enquanto Artur Lima mantiver esta atitude vingativa e persecutória em relação a uma deputada também eleita pelo seu partido, e enquanto não se esclarecerem um conjunto de preocupantes suspeições que fogem ao controlo democrático do grupo parlamentar, suspendo a minha participação", esclareceu Graça Silveira, em conferência de imprensa, na sede do parlamento, na cidade da Horta.

A deputada centrista lembrou que Artur Lima tentou impedi-la de exercer as suas funções parlamentares, nomeadamente afastando-a de todas as comissões permanentes, e reduzindo ao máximo as suas intervenções em plenário, considerando que se trata de uma atitude de "prepotência" e de "humilhação inaceitável".

"A minha exclusão de todas as comissões, impedindo-me de exercer o meu mandato com dignidade e seriedade, é uma humilhação inaceitável, quer perante os eleitores, quer perante os meus pares nesta Assembleia", lamentou Graça Silveira.

Segundo explicou, esta atitude persecutória surgiu depois de ter assumido publicamente o seu apoio à candidatura de Luís Silveira, presidente da Câmara Municipal das Velas, que é candidato à liderança do CDS-PP/Açores, contra Artur Lima.

"Assim, a partir de hoje, passarei, de novo, a exercer as minhas funções enquanto deputada, eleita pelo CDS, mantendo a militância no CDS, continuando a cumprir com as minhas obrigações enquanto dirigente regional e nacional do CDS, mas fora do grupo parlamentar presidido pelo deputado Artur Lima", frisou Graça Silveira.

A deputada esclareceu também que, logo que se verificar uma "clarificação" de todos os atos que envolvem e perturbam o grupo parlamentar do CDS, estará disponível para voltar a ocupar o seu lugar na bancada centrista, que era composta, até agora, por quatro deputados.

O CDS/Açores tem marcado para 07 e 08 de dezembro o seu X Congresso Regional, que irá decorrer na ilha Terceira.

Recorde-se que na noite das eleições legislativas nacionais do passado dia 06 de outubro, após serem conhecidos os resultados, o cabeça de lista do CDS à Assembleia da República, Rui Martins, lamentou que nem todos os dirigentes do partido tenham feito campanha ao seu lado, referindo-se, expressamente, entre outros, a Luís Silveira e a Graça Silveira.

RF // MCL

Lusa/fim

São Paulo, 14 out 2019 (Lusa) - Procuradores brasileiros terão divulgado uma denúncia contra o ex-Presidente Lula da Silva sobre a posse de uma quinta no interior de São Paulo para melhorar a imagem da Operação Lava Jato em 2017, segundo o 'site' The Intercept Brasil.

Numa reportagem publicada na madrugada de hoje, o 'site' investigativo mostra mensagens dos procuradores da Lava Jato de Curitiba, onde as investigações começaram, na aplicação Telegram, alegadamente trocadas em maio de 2017, quando procuradores da Lava Jato que trabalhavam na Procuradoria-Geral da República (PGR), em Brasília, faziam denúncias contra o ex-Presidente Michel Temer, acusado de corrupção por delatores da fabricante de carnes JBS.

Na época, causava polémica uma gravação em áudio na qual Temer terá dito a um empresário e acionista do grupo JBS, chamado Joesley Batista, que ele deveria "manter isto", referindo-se ao pagamento de subornos pelo silêncio do ex-deputado (membro da câmara baixa parlamentar) Eduardo Cunha, preso e condenado nos esquemas de corrupção da estatal Petrobras.

O Governo e parte da imprensa questionaram se aquele áudio poderia ter sido editado e os procuradores de Curitiba, que haviam segurado a denúncia contra Lula da Silva no processo sobre a quinta para aumentar a sua repercussão, decidiram então que deveriam divulgar o conteúdo para distrair a opinião pública até que uma perícia sobre a gravação do diálogo de Temer com Joesley Batista ficasse pronta, indicam as mensagens publicadas pelo The Intercept.

Lula da Silva foi condenado, em fevereiro deste ano, a 12 anos e 11 meses por corrupção e branqueamento de capitais, neste processo sobre a posse e as reformas de uma quinta localizada na cidade de Atibaia, no interior do estado de São Paulo.

A sentença foi proferida pela juíza substituta Gabriela Hardt.

Os procuradores alegaram na denúncia que Lula da Silva terá recebido como suborno das construtoras Odebrecht e OAS reformar na quinta e que, embora o local pertencesse legalmente a um amigo, Lula da Silva era o dono de facto do imóvel.

A sentença foi contestada pelos advogados de Lula da Silva, que além de rebaterem a tese da acusação, apontaram que a decisão teria partes copiadas de uma condenação anterior contra o ex-Presidente escrita pelo ex-juiz e atual ministro da Justiça, Sérgio Moro, num processo sobre a posse de um apartamento de luxo no litoral de São Paulo.

A sentença de condenação baseada nas investigações sobre a quinta em Atibaia cita a palavra apartamento em alguns trechos e também traz outros problemas apontados pelos advogados de defesa do antigo chefe de Estado brasileiro.

Em maio deste ano, a juíza Gabriela Hardt confirmou publicamente que usou a sentença dada por Moro como base, mas alegou ser uma prática comum que não influenciou a sua decisão.

O ex-juiz Moro e membros do grupo de trabalho da Lava Jato estão envolvidos num escândalo, conhecido como "Vaza Jato", que começou em 09 de junho, quando o The Intercept Brasil e outros 'media' parceiros começaram a divulgar reportagens que colocam em causa a imparcialidade da maior Operação contra a corrupção no país.

Baseadas em informações obtidas de uma fonte não identificada, estas reportagens apontam que Moro terá orientado os procuradores da Lava Jato, indicado linhas de investigação e adiantado decisões enquanto era juiz responsável por analisar os processos do caso em primeira instância.

Se confirmadas, as denúncias indicam uma atuação ilegal do antigo magistrado e dos procuradores brasileiros porque, segundo a legislação do país, os juízes devem manter a isenção e, portanto, estão proibidos de auxiliar as partes envolvidas nos processos.

Moro e os procuradores da Lava Jato, por seu turno, negam terem cometido irregularidades e fazem críticas às reportagens do The Intercept e seus parceiros (Folha de S. Paulo, revista Veja, El País e o jornalista Reinaldo Azevedo), afirmando que são sensacionalistas e usam conversas que podem ter sido adulteradas e foram obtidas através de crime cibernético.

CYR // JH

Lusa/Fim

+ notícias: Mundo

Ex-membro da máfia de Nova Iorque escreve livro dirigido a empresários

Lisboa, 06 mai (Lusa) -- Louis Ferrante, ex-membro do clã Gambino de Nova Iorque, disse à Lusa que o sistema bancário é violento e que escreveu um livro para "aconselhar" os empresários a "aprenderem com a máfia" a fazerem negócios mais eficazes.

Secretário-geral das Nações Unidas visita Moçambique de 20 a 22 de maio

Maputo, 06 mai (Lusa) - O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, vai visitar Moçambique de 20 a 22 de maio, a primeira ao país desde que assumiu o cargo, em 2007, anunciou o representante do PNUD em Moçambique, Matthias Naab.

Síria: Irão desmente presença de armas iranianas em locais visados por Israel

Teerão, 06 mai (Lusa) - Um general iraniano desmentiu hoje a presença de armas iranianas nos locais visados por Israel na Síria, e o ministro da Defesa ameaçou Israel com "acontecimentos graves", sem precisar quais, noticiou o "site" dos Guardas da Revolução.