PSD de Viana do Castelo defende eleições diretas antecipadas

| Política
Porto Canal com Lusa

Viana do Castelo, 07 out 2019 (Lusa) - A Distrital do PSD de Viana do Castelo defendeu hoje a realização de eleições diretas antecipadas face ao "pior resultado do partido em 36 anos", em eleições legislativas, afirmou hoje à Lusa o presidente daquela estrutura, Carlos Morais.

"O PSD tem um congresso eletivo previsto para janeiro/fevereiro de 2020. Era importante e atendendo a que o líder do partido diz sempre que há guerras internas que se clarificasse, que se marcassem eleições diretas antecipadas", disse o líder da comissão política distrital do PSD de Viana do Castelo.

Nas legislativas de domingo, o PS foi o partido mais votado, com 34,78% dos votos, tendo recuperado o terceiro deputado pelo círculo eleitoral de Viana do Castelo à Assembleia da República que havia perdido em 2015 para a coligação PSD/CDS-PP. O PSD ficou em segundo lugar, com 33,8% dos votos e o mesmo número de deputados que os socialistas (3).

Para Carlos Morais, a realização de eleições diretas antecipadas permitirá ao PSD "ganhar tempo e preparar melhor as próximas disputas eleitorais, em concreto, as próximas eleições autárquicas".

"Quanto mais tempo ganharmos para clarificar as coisas melhor será para o PSD", disse, adiantando que o órgão a que preside irá reunir-se, no início da próxima semana, para analisar os resultados alcançados nas eleições legislativas de domingo.

O líder da distrital do Alto Minho considerou que "o PSD não pode perder duas eleições em quatro a cinco meses".

"Nas europeias conseguimos quase 22% e, agora, 27,9%. É muito pouco para um partido como o PSD. O partido tem de arrumar a casa, construir outro tipo de unidade, de coesão de mobilização dos militantes, das estruturas. Tem de se renovar, regenerar, trilhar um caminho novo, com paciência e consistência para ser considerado, pelos portugueses, como numa alternativa", frisou.

Carlos Morais disse que os resultados eleitorais alcançados nas legislativas de domingo "quebraram um ciclo de vitórias que vinham desde o tempo de Manuela Ferreira Leite como presidente do partido".

"Este é o pior resultado dos últimos 36 anos. Está muito longe do potencial do PSD como grande partido português que é", referiu, apontando o dedo à estratégia "totalmente errada" seguida por Rui Rio.

"Rui Rio deveria ter começado o mandato como fez a campanha, com combatividade. Os resultados mostram que tínhamos todas as possibilidades de ganhar ao PS e a António Costa, dizendo os erros da governação do PS e das ilusões que a geringonça está a criar nos portugueses. Durante a campanha deviam ter ficado marcados os aspetos positivos do nosso projeto, como alternativa. Rui Rio esteve bem a criticar alguns coisas que o Governo vem a fazer, mas esteve totalmente ausente a propor e a marcar o debate com ideias novas, que mobilizassem os portugueses", sustentou.

Da lista social-democrata que se apresentou às eleições legislativas de domingo, foram eleitos deputados Jorge Mendes, até agora presidente da Câmara de Valença, segunda cidade do Alto Minho, Emília Cerqueira, deputada desde 2015, natural de Arcos de Valdevez e Eduardo Teixeira, que regressa ao parlamento após um interregno de quatro anos.

Eduardo Teixeira foi o nome apontado pelo partido para o terceiro lugar da lista pelo Alto Minho depois do veto dos órgãos nacionais a Carlos Morais Vieira. Líder da distrital social-democrata desde janeiro de 2014, Carlos Morais Vieira foi reeleito para o último mandato em março de 2018.

Morais acusou Rio de se "queixar" das críticas internas, quando "foi sempre ele que as instigou".

"Se nos lembramos das suas declarações, chegou a dizer que assim é que funcionava bem. Ou sejam com guerras internas. Isso diz tudo em relação ao comportamento de Rui Rio em relação às estruturas e aos militantes do PSD", referiu.

O líder social-democrata acrescentou que o "augue" das "guerras internas" foi a elaboração das listas para as eleições legislativas de domingo.

"As listas foram feitas de forma sectária, marcadas por amiguismos. Quem discordou e quem teve oportunidade de dizer que não concordava com determinada estratégia foi logo corrido das listas. Foi o meu caso, mas isso para mim está totalmente enterrado", observou.

ABC // JPS

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