Acusados por assaltos a carrinhas de valores no Norte entre o silêncio e a negação

Acusados por assaltos a carrinhas de valores no Norte entre o silêncio e a negação
| Norte
Porto Canal com Lusa

Cinco de nove acusados por assaltos milionários a carrinhas de valores no Norte, incluindo o alegado líder do grupo e o filho de um polícia, optaram por nada dizer hoje em tribunal e outros dois demarcaram-se dos crimes.

“Não tenho nada a ver com isto”, afirmou o primeiro de arguidos que quiseram falar hoje ao tribunal criminal de São João Novo, no Porto - ele que é também um dos seis presos preventivos à ordem do processo.

A acusação situa os factos entre novembro de 2015 e janeiro de 2017 e reporta o furto de veículos que depois eram usados no transporte de e para o local dos assaltos às carrinhas de valores ou aos seus funcionários.

Nos veículos furtados eram apostas matrículas falsas e os vidros eram revestidos com películas escurecidas, para impedir que os transeuntes vissem quem seguia no interior.

Questionado sobre a sua relação direta com estas situações, o arguido admitiu ter trabalho numa oficina do principal arguido, onde as películas eram escurecidas, mas apenas isso.

Já o segundo arguido que quis falar hoje ao tribunal demarcou-se não só dos furtos dos automóveis (cerca de dezena e meia, que eram levados com recurso a tecnologia que permitia iludir os sistemas antirroubo), mas também dos roubos às carrinhas de valores.

“Não pertenci nem ao primeiro grupo, nem ao segundo”, garantiu.

Chegou a admitir ter ajudado a colocar uma matrícula falsa num veículo, mas em colaboração com uma pessoa não arguida neste processo e num carro que disse nunca mais ter pegado.

Quanto aos dois restantes arguidos do processo, um prometeu depor em próxima audiência e outro faltou ao início do julgamento.

Os factos remontam ao período entre novembro de 2015 e janeiro de 2017, e reporta-se a assaltos a carrinha de valores ou aos seus tripulantes nos concelhos de Gondomar, Felgueiras, Lousada e Vila Nova de Gaia (distrito do Porto), bem como no de Fafe (Braga), geralmente durante operações de abastecimento de caixas Multibanco, em crimes que terão permitido ao grupo arrecadar cerca de 280 mil euros.

O ‘modus operandi’, referiu então a polícia Judiciária (PJ), “era executar os assaltos com armas de fogo na altura em que se procediam aos carregamentos das caixas Multibanco e de forma rápida”, atuando encapuzados.

Durante esta primeira sessão de julgamento, um inspetor-chefe que a PJ envolveu na investigação do caso, referiu que o visionamento de câmaras de videovigilância permitiu recolher sinais de que os assaltos foram consumados pelas mesmas pessoas, que serão o alegado líder do grupo, um cidadão brasileiro residente em Portugal, e um jovem que à altura dos factos estudante de estudante de Educação Física e Desporto, filho de um agente de autoridade.

O investigador da PJ nomeou ainda um terceiro arguido como o habitual condutor dos carros em que se faziam transportar para o local dos assaltos.

No processo estão em causa os crimes de associação criminosa, roubo agravado, furto de documentos , furto e detenção ilegal de arma.

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