FMI recomenda mais reformas ao Zimbabué para conseguir sair da crise

| Economia
Porto Canal com Lusa

Washington, 27 set 2019 (Lusa) - O Fundo Monetário Internacional (FMI) defende que o Zimbabué tem de aprofundar as reformas políticas e económicas para sair da crise generalizada em que está mergulhado e que atirou mais de metade da população para a pobreza.

"Mais de metade da população do Zimbabué, 8,5 milhões de pessoas, está em situação de pobreza e insegurança alimentar neste e no próximo ano", escrevem os técnicos do FMI no último relatório de análise à economia ao abrigo do programa de assistência a este país africano.

O Zimbabué enfrenta uma inflação de mais de 300% no último mês, seca, geração limitada de eletricidade nas suas principais centrais e frequentes faltas de combustível e de pão.

O FMI aponta como fundamental que a despesa seja contida e que a política monetária seja apertada, para estabilizar a taxa de câmbio e começar a recuperar a confiança na moeda nacional.

Cada dólar norte-americano valei agora 15 mil dólares do Zimbabué, uma nova moeda lançada em junho, depois de em fevereiro ter sido lançado uma moeda em paridade com a moeda dos EUA.

As exigências de aumentos salariais para os funcionários públicos e a necessidade de financiar a produção agrícola podem alargar o défice orçamental para uma posição insustentável, disse o FMI na análise à economia.

Os 9 mil milhões de dólares em dívidas externas e a falta de capacidade para as saldar impede que instituições como o Fundo Monetário Internacional, que tem em curso um programa de assistência técnica, ou o Banco Africano de Desenvolvimento, possam voltar a emprestar dinheiro ao país.

O programa de austeridade gerou descontentamento entre a população, que saiu para as ruas em grandes manifestações em agosto, entretanto proibidas pelos tribunais, das quais resultaram 18 mortos e 91 detenções e a utilização de gás lacrimogéneo para dispersar a multidão.

Neste cenário de profunda crise, o instituto nacional de estatísticas deixou mesmo de publicar dados oficiais sobre a inflação, embora alguns economistas estimem que a subida dos preços oscila entre os 230% e os 570%, com os 400 mil funcionários públicos a viverem ao nível de uma "pobreza extrema", conforme definida pelo Banco Mundial para quem recebe menos de 1,90 dólares por dia.

O Zimbabué, país vizinho de Moçambique, tem enorme potencial económico, suficiente para impulsionar toda a região, de acordo com a Bloomberg, que lembra que era um dos principais produtos de grãos antes da independência do Reino Unido, e tem grandes reservas de ouro, platina, diamantes e outros metais e minerais.

O FMI estima que o Zimbabué vá ter uma recessão de 5,2% este ano.

MBA // PJA

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