PS acusa Governo de "falta de isenção" na marcação das eleições
Porto Canal
O PS acusou hoje o Governo de falta de isenção na marcação da data das eleições autárquicas, por ter escolhido "de acordo com os partidos que o apoiam", disse à Lusa o presidente dos autarcas socialistas.
"Este Governo quebrou a tradição de não manter a data de outubro, pela primeira vez, de não conseguir um consenso entre os diversos partidos e de decidir de acordo com os partidos que o apoiam, demonstrando uma falta de isenção preocupante", disse à Lusa Rui Solheiro.
O também secretário nacional das autarquias do PS manifestou assim a posição oficial do partido relativamente à decisão de hoje do Conselho de Ministros de marcar as eleições autárquicas para dia 29 de setembro.
"O PS e todos os partidos da oposição defenderam que as autárquicas se realizassem em outubro como sempre foi. O PSD e o PP, partidos apoiados no Governo, defenderam a sua antecipação para setembro. O Governo, ao decidir para setembro, está de facto a decidir em benefício próprio", criticou o presidente dos autarcas socialistas.
Por isso, acrescentou, "o PS tem que lamentar profundamente esta atitude do Governo e esta falta de isenção preocupante numa matéria tão importante como é uma data das eleições".
"Não há nenhuma razão para se antecipar e há razoes para manter a tradição e permitir que haja a maior participação das populações em todo o processo de esclarecimento que é a campanha eleitoral já num período pós-férias", alertou o socialista.
Para o PS, "o próprio ato eleitoral" devia realizar-se "na primeira quinzena de outubro, como sempre aconteceu", porque "permitia naturalmente uma maior participação eleitoral", algo que "deve ser uma preocupação de todos os partidos políticos e do próprio governo".
"Estas eleições sempre foram marcadas consensualmente entre os vários partidos políticos. Houve sempre consenso para se escolher a data eleitoral. Este Governo quebrou a tradição", lamentou.