Ultimam-se preparativos no Panorâmico de Monsanto para quatro dias de festival Iminente

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Porto Canal com Lusa

Lisboa, 17 set 2019 (Lusa) -- Uma centena de pessoas transforma por estes dias o Panorâmico de Monsanto, um dos miradouros de Lisboa, no recinto do festival Iminente, que arranca na quinta-feira e junta música e arte, com foco na diversidade e identidade.

O Iminente é um festival "de música e arte por excelência", mas há também performances de 'bboys', demonstrações de skate e um espaço para debates, organizados por Fumaça e Gerador.

"Conseguimos ter no mesmo espaço todas estas subculturas presentes", referiu o diretor do festival, Tiago Silva, em declarações à agência Lusa, numa visita hoje ao espaço.

Às obras que estão a ser criadas, ou que já estão terminadas, este ano, ficaram no Panorâmico de Monsanto algumas da edição do ano passado, como o retrato da ativista brasileira Marielle Franco, de Vhils, a palavra "Real", espalhada, de Miguel Januário (projeto ±maismenos±) e os 'graffiti' de RAM e Mar.

"O intuito é sempre irmos acrescentando conteúdo ao espaço. Há pinturas que ficaram de uma edição para a outra e este ano vamos voltar a deixar algumas peças [no local]", disse Tiago Silva.

À quarta edição - as duas primeiras realizaram-se em Oeiras e a terceira, no ano passado, no Panorâmico de Monsanto -, os artistas convidados voltam a ser "livres de se expressarem da forma que querem".

O luso-são-tomense Herberto Smith optou por um 'outdoor' publicitário para expor uma obra na qual mistura ilustração e fotografia e o luso-angolano Francisco Vidal por cinco bandeiras, onde estão representados bairros da periferia de Lisboa, alguns dos quais já demolidos ou em fase de demolição -- Quinta do Mocho, em Loures, Jamaica, no Seixal, Cova da Moura e 6 de Maio, na Amadora, e Marianas, em Cascais.

Alexandre Farto, Vhils (um dos mentores do festival e, este ano, responsável pela curadoria musical), apresenta uma peça inédita, criada com lâmpadas tubulares, o guineense Abdel Queta Tavares escolheu mostrar os retratos que tira, nos quais está sempre presente o chapéu vermelho que o caracteriza, em 'mupis' publicitários.

Nas paredes há, entre outros, trabalhos de pintura de Tamara Alves e Sara Morais e 'graffiti' da Thunders Crew, que tem a série "Stranger Things" como tema, do Colectivo Rua e dos artistas brasileiros Sosek, Kaur, Coxas e Thiago Nevs, atualmente com uma exposição patente na galeria Underdogs, responsável pela curadoria visual do festival.

No topo do Panorâmico, o coletivo Error-43 criou uma instalação onde, ao longo dos quatro dias, "irão passar várias frases, que vão de nomes de músicas de hip-hop, a poesia e livros", que serão visíveis depois de o sol se por.

Cada trabalho "tem a sua temática", mas ao nível da curadoria visual "o foco é a identidade, que está ligada com a diversidade, que é o foco da curadoria musical" este ano.

Este ano o festival passa a ter quatro dias, mais um do que nos anos anteriores, e isso, segundo Tiago Silva, permite "ter ainda mais conteúdo e ainda mais diversidade, diferentes estilos".

A programação musical inclui atuações de, entre muitos outros, o norte-americano Common, os cabo-verdianos Bulimundo e Mayra Andrade, a brasileira Linn da Quebrada, os portugueses Dealema, Pedro Mafama, Classe Crua (projeto que junta Sam the Kid e Beware Jack), Beatbombers (DJ Ride e Stereossauro), David Bruno, Deau, Fado Bicha, Filho da Mãe, Fred, Mynda Guevara, Kappa Jotta, Omiri, Scúru Fitchadu e Vado Más Ki Ás.

O Panorâmico de Monsanto situa-se no Parque Florestal de Monsanto e o acesso ao local é vedado a automóveis. Em alternativa, a organização estabeleceu, à semelhança do ano passado, parcerias com a Carris, que garante transporte gratuito aos portadores de bilhete a partir de Sete Rios e do Polo Universitário da Ajuda, e com a plataforma de transporte Uber.

No local haverá, como em qualquer festival, uma zona de restauração e bares, nos quais só será possível pagar com um cartão disponível no local, que pode ser carregado com dinheiro, MB Way ou cartão Multibanco, e é uma das novidades desta edição.

"À chegada ao festival as pessoas carregam um cartão e com ele pagam tudo o que são consumíveis. O que sobra do cartão podem trocar por uma bebida ou esse dinheiro será doado à associação Passa Sabi, que nasceu no bairro do Rego [em Lisboa], e promove projetos sociais e culturais", explicou Tiago Silva.

No Iminente não há passes, só bilhetes diários, que custam 15 euros. Os bilhetes para sexta-feira e sábado esgotaram, mas a organização guardou cem que estarão à venda na quarta-feira, na galeria Underdogs, a partir das 12:00.

Todas as informações sobre o festival, que é coorganizado com a Câmara Municipal de Lisboa, estão disponíveis no 'site' oficial e na aplicação para telemóvel.

O Iminente realizou-se pela primeira vez em Oeiras, em 2016. No ano seguinte, o Jardim Municipal daquela cidade voltou a acolher a iniciativa. Em 2018, o Iminente realizou-se em Lisboa, no Panorâmico de Monsanto, onde se irá manter até 2020.

Em 2017 e 2018, o festival teve também lugar em Londres. Este ano foi a vez de Xangai acolher, em março, um 'showcase' do festival, que em maio se realizou pela primeira vez no Rio de Janeiro.

JRS // MAG

Lusa/fim

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