Organização do protesto das forças de segurança espera maior adesão de sempre
Porto Canal / Agências
Lisboa, 05 mar (Lusa) -- Milhares de elementos das forças e serviços de segurança são esperados, na quinta-feira, em Lisboa, na manifestação contra os cortes salariais, protesto que será o reflexo da "revolta e descontentamento" existente no setor da segurança interna.
O secretário nacional da Comissão Coordenadora Permanente (CCP), Paulo Rodrigues, disse à agência Lusa que a manifestação vai ter uma adesão superior ao protesto de 21 de novembro de 2013, que terminou com a invasão da escadaria da Assembleia da República e com a consequente demissão do diretor nacional da PSP.
Na altura, os promotores disseram que foi a maior manifestação de sempre.
A manifestação, que vai realizar-se entre o Marques de Pombal e a Assembleia da República, é promovida pela CCP dos Sindicatos e Associações dos Profissionais das Forças e Serviços de Segurança, estrutura que congrega os sindicatos mais representativos da GNR, PSP, ASAE, SEF, Guarda Prisional e Polícia Marítima.
Paulo Rodrigues acredita que a manifestação vai correr bem e que não se vai registar qualquer incidente, realçando que a subida das escadarias da Assembleia da República, em novembro, "foi simbólica".
"É verdade que há uma grande desmotivação e revolta, mas há uma grande responsabilidade, queremos passar uma mensagem muito clara ao Governo, mas queremos entrar na manifestação com a razão e terminá-la também com razão. Por isso, para não perdermos a razão, esta manifestação vai correr bem", sustentou.
No entanto, referiu que podem ocorrer "situações pontuais", existindo vários movimentos civis de cidadãos que também se estão a mobilizar para estarem presentes no protesto.
Nesse sentido, Paulo Rodrigues adiantou que há uma série de elementos da organização da manifestação que vão estar atentos a situação pontuais e "não vão deixar que outras pessoas, que não fazem parte das forças e serviços de segurança, criem situações que possam pôr em causa o protesto dos polícias".
Fonte policial disse à agência Lusa que a manifestação vai merecer "uma especial atenção" por parte das autoridades políciais e que vão estar mobilizados um maior número de elementos do que no protesto de 21 de novembro de 2013.
Contactada pela Lusa, a direção nacional da Polícia de Segurança Pública referiu que "a PSP detém os recursos humanos e materiais necessários" e que vai promover "todos os processos operacionalmente adequados" para que a manifestação "decorra dentro da ordem e tranquilidade necessárias".
No protesto vão também participar as associações da GNR e os sindicatos da PSP e dos guardas prisionais que não pertencem à CCP.
"Os polícias já estão a sofrer as consequências do Orçamento do Estado para 2014, o que leva a uma maior revolta, descontentamento e insatisfação", disse Paulo Rodrigues, sublinhando que são esperados na manifestação mais elementos da GNR, podendo mesmo duplicar em relação ao último protesto.
Segundo o também presidente da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP/PSP), neste momento estão completos 53 autocarros de todo o pais.
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