Galerias portuguesas apontam "ligeira recuperação" da ARCO Madrid este ano
Porto Canal / Agências
Lisboa, 05 mar (Lusa) - As galerias portuguesas que participaram na 33.ª edição da Feira Internacional de Arte Contemporânea - ARCO Madrid, em fevereiro, fazem um balaço positivo do certame, mas consideram que os resultados apontam apenas para uma "ligeira recuperação".
Organizada pela Feira de Madrid (IFEMA), a ARCO Madrid decorreu entre 19 e 23 de fevereiro na capital espanhola com a participação global de 219 galerias de 23 países, tendo sido este ano a Finlândia o país convidado.
Treze galerias portuguesas participaram este ano no certame, para onde se deslocaram com obras de artistas portugueses e estrangeiros, na expectativa de bons resultados num "contexto económico positivo" em Espanha.
Contactado pela agência Lusa, Pedro Cera, o único membro português entre os dez do comité de seleção de galerias da ARCO, fez um balanço positivo dos resultados desta edição do certame para as galerias portuguesas.
Dos contactos que teve com os galeristas de Portugal, Pedro Cera, também galerista, disse que, "na generalidade, a feira correu bastante bem, mas os sinais indicam que não há ainda uma recuperação total da crise".
"Esta edição não é como as de 2007 e 2008, mas nota-se uma ligeira recuperação", avaliou, na sequência do acompanhamento do certame e das conversas que teve com os outros galeristas portugueses.
Em 2012, a feira ARCO Madrid recebeu 140 mil visitantes e, em 2013, a afluência caiu para 118 mil, sendo que os portugueses estão em número significativo nas entradas.
Sobre o número de visitantes da ARCO Madrid nesta edição Pedro Cera disse que essa diminuição se mantém, mas por vontade da própria organização, que aumentou os preços das entradas.
"A ARCO chegou a ter 150 mil visitantes e os galeristas começaram a queixar-se de que não conseguiam trabalhar. Havia muito público das escolas", comentou o galerista, acrescentando que a feira é sobretudo dirigida ao público profissional.
Ainda no que diz respeito a Portugal, Pedro Cera notou, nesta edição, a presença "de muitos colecionadores e visitantes portugueses, em resultado de uma boa divulgação a nível nacional".
Apesar da recuperação apenas ligeira nas vendas, "ir à ARCO Madrid é sempre muito importante para os galeristas portugueses, porque é a maior e mais próxima feira de arte contemporânea".
Sobre a procura da arte portuguesa no certame, sublinhou que, "em Espanha, tem havido um acolhimento muito bom dos artistas portugueses e um interesse crescente por parte dos colecionadores".
Portugal esteve representado com um total de 13 galerias de arte - tantas como as do país convidado deste ano - com onze portuguesas no programa geral e duas numa secção paralela, a Opening.
As galerias portuguesas eram Baginski, Carlos Carvalho Arte Contemporânea, Cristina Guerra, Filomena Soares, Graça Brandão, Pedro Cera e Vera Cortés, de Lisboa, Quadrado Azul e Galeria Múrias Centeno, do Porto, Mário Sequeira, de Braga, e Fonseca Macedo Arte Contemporânea, de Ponta Delgada.
Na secção Opening, destinada a galerias com menos de sete anos, estiveram a 3+1 Arte Contemporânea e a Belo-Galsterer, ambas de Lisboa.
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