Procura já é maior nos postos da fronteira entre Algarve e Espanha

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Porto Canal com Lusa

Vila Real de Santo António, Faro, 09 ago 2019 (Lusa) -- Vários automobilistas concentravam-se hoje de manhã nos postos de combustíveis junto à fronteira luso-espanhola entre o Algarve e a Andaluzia preocupados com os efeitos da greve dos motoristas de transporte de matérias perigosas, agendada para segunda-feira.

A três dias do início da greve, a afluência no início da manhã aos postos de abastecimento de combustíveis em Vila Real de Santo António, no extremo sudeste do distrito de Faro, foi superior ao normal, com os automobilistas a esperarem dezenas de minutos para abastecer, quando habitualmente nem filas têm.

"Já estou aqui há cerca de 15 minutos, vou meter gasóleo porque tenho receio que acabe nos próximos dias", afirmou João Gonçalves, um turista do norte de Portugal, sublinhando que, "no domingo, acabam as férias, e é preciso fazer a viagem" até à zona de Braga, sendo "preferível não arriscar" que os postos fiquem desabastecidos.

À semelhança do que aconteceu na última greve de transporte de matérias perigosas, o gasóleo deverá ser o primeiro combustível a acabar, como reconheceu o funcionário de um posto de abastecimento na localidade algarvia.

"Já temos muito mais movimento que o normal, por enquanto ainda temos todos os combustíveis, mas de gasóleo, por exemplo, temos 3.000 litros", afirmou, reconhecendo que esse valor "já não é muito".

A Lusa também visitou postos de abastecimento do lado espanhol da fronteira, em Ayamonte, e encontrou automobilistas portugueses a abastecer, como João Carlos Nogueira, que disse acreditar que "as filas que já se registam nos postos de combustíveis em Portugal são motivadas pelas notícias" sobre a greve, que "estão a alarmar" as pessoas.

"Não percebo como é que, a dias do início da greve, já há tanta fila pelo país para abastecer o carro. Quando chegar a greve, como vai ser?", questionou este automobilista, frisando que, "para esperar em Portugal, mais vale vir a Espanha abastecer e ainda sai mais barato".

Luís Carlos também estava a abastecer em Ayamonte, mas garantiu que a razão que o fez viajar cerca de 15 quilómetros entre Portugal e a bomba mais próxima não foi o receio das consequências da greve, mas "porque habitualmente o abastecimento já é feito em Espanha".

"Deste lado não há greve, os combustíveis não vão acabar e temos sempre esta possibilidade de cá vir abastecer. Mas quem não mora junto à fronteira, não tem essa hipótese e pode ter a vida bastante complicada", considerou a mesma fonte.

A necessidade de regressar a casa depois das férias e as reportagens televisivas a mostrar filas nos postos de abastecimento também levaram Carlos Figueiroa a Ayamonte, disse este alentejano de Beja à Lusa.

"Começámos a ver as filas na televisão, decidimos que era melhor encher já o depósito, mas como já havia algumas filas nas bombas em Vila Real de Santo António, decidimos aproveitar para dar uma volta e abastecer aqui em Ayamonte", afirmou.

A greve dos motoristas de matérias perigosas está marcada para 12 de agosto e poderá prolongar-se por tempo indeterminado.

O advogado do Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP), Pedro Pardal Henriques, disse na sexta-feira que os plenários de trabalhadores no sábado são a "última oportunidade" para a Antram apresentar uma proposta que cancele a greve dos motoristas.

O Governo decretou na quarta-feira serviços mínimos entre 50% e 100% para a greve dos motoristas de mercadorias que se inicia na próxima segunda-feira, dia 12, por tempo indeterminado.

MHC // MCL

Lusa/fim

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