Matriz cultural e pedagógica do festival Mimo "casa muito bem" com Amarante - autarca

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Porto Canal com Lusa

Amarante, Porto, 24 jul 2019 (Lusa) - O presidente da Câmara de Amarante considerou hoje que o sucesso do festival Mimo se deve à sua "matriz cultural e pedagógica", que "casa muito bem" com o "posicionamento da cidade".

"Há no Mimo uma matriz cultural e pedagógica que casa muito bem com a cidade", afirmou José Luís Gaspar, em entrevista à agência Lusa, lembrando que Amarante faz parte da Rede das Cidades Criativas da UNESCO, na área da música.

A 4.ª edição do festival Mimo, na sua versão portuguesa, arranca na sexta-feira, em Amarante, mantendo o figurino que importou do Brasil, onde começou em 2004, nomeadamente o caráter gratuito dos espetáculos musicais e os momentos direcionados para outras manifestações artísticas, como o cinema, a literatura e as exposições.

Para o autarca, o festival "preconiza a excelência", dando espaço às vertentes pedagógica, cultural e patrimonial", com "um abraço que 'cose' a cidade toda com música".

"Aquilo que o Mimo preconiza, que é a democratização da cultura, aliada ao posicionamento de Amarante, permitiu que esta relação fosse tão profícua", acentuou, acrescentando: "O município está muito agradado com a capacidade que o Mimo teve para se agarrar aqui na região, para se envolver com a população e, em três anos, atingir uma notoriedade fantástica".

Insistindo nos elogios à organização, nomeadamente ao papel de Lu Araújo, a diretora do Mimo, o presidente de Amarante também "puxou a brasa à sua sardinha", quando, orgulhoso, enumerou pausadamente as condições que a cidade tem proporcionado, ajudando ao sucesso: "O território é simpático, o cenário é bonito e cria empatia para quem o visita. Recordo, também, que Amarante sempre foi uma referência, ao nível nacional, em termos culturais".

Nos três dias de festival, a cidade à beira Tâmega fervilha com dezenas de milhares de pessoas que desfrutam da iluminação especial criada pelo Mimo para os edifícios históricos, sobranceiros ao rio, em especial a Igreja e Mosteiro de São Gonçalo. Famílias inteiras dividem o seu tempo pelas mais de 50 atividades artísticas espalhadas por igrejas históricas que abrem as portas a concertos, mosteiros, auditórios, museus, esplanadas e praças do casco histórico.

As ruas enchem-se de vendedores informais de bifanas, numa atmosfera que lembra as festas minhotas, e os visitantes terminam as jornadas, à noite, no Parque Ribeirinho, onde atuam as "estrelas" do festival.

A edição de 2018, que contou com mais de 70 mil espetadores em três dias, teve um retorno económico para a cidade de cerca de 1,5 milhões de euros, de acordo com um estudo elaborado por uma empresa da especialidade.

José Luís Gaspar diz que esse e outros indicadores económicos dão razão ao que tem defendido, quando explica o apoio financeiro do município ao Mimo, "não como um custo, mas como um investimento na notoriedade e atratividade turística de Amarante".

"Há um grande retorno para a cidade. O investimento que é feito gera um retorno para a economia local que acontece nos 365 dias do ano", anotou.

O autarca recorda que a cidade e o concelho têm registado, nos últimos anos, um crescimento no número de visitantes, em parte, pontuou, graças ao sucesso do festival Mimo, que "atrai famílias inteiras", enriquecendo a economia da região.

Como acontece com o Rali de Portugal, em maio, prosseguiu o autarca, o Mimo, em julho, esgota a capacidade hoteleira de Amarante e dos concelhos vizinhos durante vários dias.

Apesar do sucesso, José Luís Gaspar recorda a importância de o festival "continuar a trabalhar para a sua sustentabilidade, mantendo, porém, a sua matriz".

"Sendo Amarante Cidade Criativa da UNESCO [Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura], nesta vertente da música, obriga-nos a encontrar caminhos para a sustentabilidade", reforçou, informando que tem falado sobre o assunto com colegas de outras cidades que fazem parte da rede, e que apreciam o modelo do festival.

O autarca não coloca de parte a possibilidade de, no futuro, o Mimo poder crescer para concelhos vizinhos, envolvendo a comunidade intermunicipal, o que permitiria, reforçou, uma maior "repartição dos seus custos", ou até envolver o projeto turístico-cultural da Rota do Românico do Tâmega e Sousa.

APM // MAG

Lusa/fim

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