Vila Nova de Gaia, 28 fev (Lusa) - A Assembleia Municipal (AM) de Gaia aprovou esta noite, por maioria, uma primeira revisão ao orçamento de 2014, a qual permite a autarquia candidatar dois projetos da área do turismo a verbas do antigo Quadro Comunitário de Apoio.

Considerando que a área do turismo é "fundamental" para o desenvolvimento da atividade económica e cultural de Gaia, disse a presidente em exercício, a vereadora Elisa Oliveira, a autarquia deste concelho quer aproveitar o facto de existirem verbas do antigo Quadro Comunitário de Apoio (ciclo 2007/2013) "em aberto" por quebra/anulação de outros projetos.

Além da já conhecida candidatura que visa a construção da Loja Interativa de Turismo na beira-rio, no valor de 350 mil euros, 85% dos quais comparticipados pelos fundos comunitários, foi esta noite aprovada uma segunda candidatura para a realização de um festival de música: o "Gaia Word Music Festival", em português "Festival de Músicas do Mundo".

Elisa Oliveira anunciou que a realização deste festival está marcada para 01 a 30 de setembro de 2014, sendo que o evento, ao realizar-se no centro de Gaia, "permitirá dinamizar uma zona histórica da cidade que está vazia e envelhecida".

Estão planeados 30 concertos gratuitos: 12 em auditório, oito em espaço de património religioso e dez ao ar livre.

Para a realização deste festival está previsto gastar cerca de 19 mil euros, sendo a comparticipação do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER) de 85 por cento.

Esta proposta foi aprovada por maioria com os votos contra da bancada da CDU que, entre outros aspetos, questionou o facto de o nome do festival estar em inglês.

À margem da sessão, o vereador da Cultura da Câmara de Gaia, Delfim Sousa, explicou à Lusa que essa nomenclatura se deve à "estratégia de internacionalização" de eventos deste concelho.

"A candidatura a fundos comunitários exigia que o projeto fosse no âmbito da projeção turística e cultural da região norte para os turistas. O nome em inglês prende-se com isso, com a atração de estrangeiros também", disse o autarca.

Numa assembleia municipal em que estavam em discussão apenas três pontos, tendo sido marcada uma nova sessão para 06 de março, foi também aprovada por maioria, com os votos contra do Bloco de Esquerda e da CDU, a constituição do Conselho Municipal de Educação.

"É urgente. É mais do que urgente por este conselho a trabalhar. Não temos projeto educativo em Gaia. Não se pode fazer o planeamento em cima do joelho. Gaia é o único município que não tem projeto educativo na Área Metropolitana [do Porto]. Há muito a definir nesta área. Ainda que pareça, não falta muito para o próximo ano escolar", justificou Elisa Oliveira.

A também vereadora da área da Juventude explicava o porquê de não dar seguimento ao pedido do Bloco de Esquerda de retirar esta proposta para que fossem incorporados mais representantes, nomeadamente líderes sindicais.

Uma solicitação semelhante foi colocada pela CDU que, além dos sindicatos do setor, questionou a ausência de representantes do pessoal não docente.

Para já integram este Conselho Municipal de Educação autarcas da Câmara e Juntas de Freguesia, representantes de associações de pais, de instituições de ensino de vários graus desde o básico ao superior (público e privado), das forças de segurança, do Instituto de Emprego e Formação Profissional e de instituições locais com valência de educação, entre outros membros.

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