Cascais e Águeda criticam "falta de sensibilidade" de operadoras de transportes públicos
Porto Canal / Agências
Lisboa, 27 fev (Lusa) - Os presidentes das Câmaras de Cascais e de Águeda criticaram hoje, numa conferência sobre cidades sustentáveis, a "falta de sensibilidade" e de envolvimento das operadoras de transportes públicos das questões dos seus concelhos.
Na Conferência dos Green Project Awards "Inovação e Sustentabilidade nas Cidades do Futuro", que decorreu esta tarde em Lisboa, Carlos Carreiras e Gil Nadais criticaram as operadoras de transportes públicos que operam nos seus concelhos.
"Temos grandes problemas com operadores locais. Trabalham pouco diretamente connosco. A Comunidade Intermunicipal [da Região de Aveiro] está a desenvolver um estudo para se reorganizarem transportes públicos, mas chegou já à conclusão de que o sistema de transportes não é percetível. Como é que o comum do cidadão, que quer utilizar transportes, vai saber como se movimentar?", disse o autarca de Águeda (PS).
Por sua vez, o presidente da Câmara de Cascais (PSD) criticou, como tem vindo a fazer, a falta de investimento na Linha de Cascais. "A linha é tão sustentável que qualquer dia já não há carruagens", ironizou, apontando a falta envolvimento da câmara pelo Governo na discussão de matérias relacionadas com os transportes públicos.
No entanto, Carlos Carreiras disse que a câmara tem feito uma "pressão enorme sobre o Governo para se livrar da empresa" de transporte rodoviário que opera em Cascais, a Scotturb, "que não tem sensibilidade nenhuma" para os utentes do concelho.
Os autarcas falaram ainda dos casos de recurso a bicicletas de uso partilhado e de ciclovias nos seus concelhos.
No mesmo painel participou ainda o presidente da Câmara de Viseu, António Almeida Henriques (PSD), defendendo uma política de atração de empresas e de população no centro histórico, o que pode promover uma deslocação a pé ou de 'transportes suaves' em curtas distâncias nas deslocações de casa-trabalho.
A conferência foi encerrada pelo secretário de Estado do Ordenamento do Território e da Conservação da Natureza que defendeu a aposta na reabilitação urbana nas cidades como motor económico do país, considerando que pode também resolver alguns problemas de mobilidade associados aos movimentos pendulares da periferia para os centros das cidades.
Miguel Castro Neto recordou ainda a criação da marca 'Parques de Portugal' na valorização de tradições e paisagens nacionais e recordou que o Conselho de Ministros aprovou, na semana passada, um regime excecional para a reabilitação urbana, que "atribui mais liberdade ao promotor para permitir reabilitação com custos mais reduzidos".
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