Aveiro, 27 fev (Lusa) - A Comunidade Intermunicipal da Região de Aveiro (CIRA) anunciou hoje que vai pedir a intervenção do primeiro-ministro na qualificação do Centro Hospitalar do Baixo Vouga (CHBV), "porque tardam respostas que os cidadãos exigem" na saúde.

"Sobre o CHBV continuam a sair testemunhos de cidadãos e notícias na comunicação social de sentido negativo, normalmente centradas nas performances dos seus Serviços de Urgência, ou com notícia de situação inadmissíveis, como a respeitante às consultas de hematologia com atraso de dois anos, cuja solução foi a de enviar os doentes em espera para Coimbra, em vez de capacitar o CHBV para dar essa importante resposta em Aveiro", refere a comunidade intermunicipal.

O conselho intermunicipal da CIRA, que reúne 11 municípios, "deliberou tomar uma posição política sobre esta matéria, reiterando posições anteriores e alertando o governo para a urgência de tomar de decisões que capacitem com a devida qualidade o CHBV".

Em comunicado, os municípios lamentam que, quase um ano depois de ter sido apresentada uma minuta do Plano Estratégico 2013/2016 para o Centro Hospitalar do Baixo Vouga, ainda não exista a versão final, nem "qualquer nota sobre a integração das suas propostas" no referido documento.

O conselho da CIRA considera que o Centro Hospitalar "tem de reforçar a aposta estratégica numa relação de confiança com os cidadãos da Região de Aveiro, valorizando os pontos fortes e recuperando posições de referência, tendo como meta os melhores indicadores nacionais de acesso, qualidade, produtividade e eficiência", dando uma atenção "muito especial" ao funcionamento dos Serviços de Urgência.

"Defendemos a capacitação técnica e institucional do CHBV, assumindo desde já os objetivos estratégicos de ser uma Unidade Central com uma Urgência Polivalente, procedendo à qualificação e ampliação das suas instalações, numa operação faseada, que promova uma melhor articulação e integração de serviços, além de ser uma Unidade cooperante com a Universidade de Aveiro no apoio às áreas de formação em Saúde", refere o texto da CIRA.

Numa alusão ao Plano Estratégico do Centro Hospitalar, aquele órgão intermunicipal considera que o CHBV "tem de garantir e definir de forma clara o quadro de gestão dos seus três Polos (Aveiro, Águeda e Estarreja), com definição de serviços, numa lógica de complementaridade, de racionalização de recursos, de prestação de serviços de proximidade e de rentabilização das estruturas existentes, sempre na ótica do cidadãos-utente, cultivando de forma progressiva a integração do funcionamento dos serviços numa lógica tripolar".

Prossegue salientando que "em decisões estratégicas, como as de localização, encerramento ou relocalização de serviços médicos, nomeadamente da Cirurgia de Ambulatório, da Ortopedia ou da Patologia Clínica, importa equilibrar as diferentes perspetivas (médica, financeira, funcional e a do utente), tendo por base relatórios de qualificação ou avaliação, resultados, objetivos, metas, requisitos e pareceres especializados".

As decisões de gestão e de localização dos serviços do CHBV, nomeadamente no que respeita aos seus polos, "devem ter em consideração as questões ligadas à mobilidade e transportes dos cidadãos", conclui a CIRA, afirmando estar disponível para trabalhar em equipa esses importantes aspetos, no âmbito do Plano Intermunicipal de Mobilidade e Transportes da Região de Aveiro.

Entre outras medidas, a Comunidade Intermunicipal propõe ainda "a integração plena do Hospital de Anadia no CHBV, e proceder a um acordo de parceria de gestão com o Hospital de Ovar, salvaguardando as suas especificidades, nomeadamente na referenciação da urgência e da emergência ao Hospital de São Sebastião de Santa Maria da Feira".

O texto da CIRA alusivo à política de Saúde termina manifestando ao governo "a disponibilidade e o interesse para que a Região de Aveiro seja escolhida para um dos projetos-piloto de descentralização de competências na área da Saúde, no que respeita à gestão dos cuidados primários e dos cuidados hospitalares.

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