ISEP recebe maior conferência mundial sobre engenharia remota

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Porto Canal / Agências

Porto, 27 fev (Lusa) -- O Instituto Superior de Engenharia do Porto (ISEP) vai acolher, até sexta-feira, aquela que é a maior edição de sempre da Conferência Internacional sobre Engenharia Remota e Instrumentação Virtual (REV), disse hoje um dos organizadores.

Em declarações à Lusa, o professor do ISEP Gustavo Alves afirmou que este é o evento "mais importante a nível mundial sobre laboratórios remotos e virtuais", ou seja, sobre mecanismos e instrumentos que permitem a utilização à distância de diferentes meios de realização de experiências.

"Confiarias num engenheiro ou cientista que nunca tivesse tido um diálogo com a Natureza?", perguntou Gustavo Alves, sublinhando que a 11.ª edição da REV é já a maior de sempre, com 150 participantes de 39 países diferentes, desde a Austrália ao Brasil, passando por Japão, Rússia e Índia.

Numa sala do ISEP preenchida por projetos das mais diversas naturezas e fins, mas com o elemento comum de serem de utilização remota, Pedro Santos destaca-se por ter um cágado vivo dentro de um recipiente.

Este aluno do mestrado em Instrumentação e Metrologia do ISEP desenvolveu como projeto de licenciatura, em conjunto com o Zoo da Maia, uma forma de registar e controlar a temperatura do ambiente de répteis em cativeiro.

O sistema de monitorização e registo da temperatura, em intervalos de 10 minutos, alerta quando esta excede os limites definidos, mas também quando é reduzida para valores sob o pretendido, havendo ainda uma ventoinha e uma lâmpada para ajudar a equilibrar o ambiente térmico.

Por seu lado, Bruno Santos e José Rodrigues, bolseiros de investigação da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, trabalham num projeto que desenvolveu um aparelho háptico (questionados pela Lusa sobre do que se tratava explicaram ser "um dispositivo que dá uma resposta de força") a partir de uma impressora inutilizada, múltiplas vezes mais barato do que o modelo seguinte: 10 euros no total, face aos 2.000 euros que custa a alternativa.

O objetivo do aparelho é, novamente de forma remota, "simular o atrito entre dois materiais diferentes", que podem ser os mais variados, definidos pelos investigadores, que já chegaram a realizar uma experiência do Brasil para simular movimento no Porto.

A REV começou na terça-feira e vai decorrer até sexta-feira, encerrando às 13:45.

TDI

Lusa/fim

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