Aveiro, 27 fev - Manuel Assunção foi hoje reeleito reitor da Universidade de Aveiro, como candidato único com 15 votos a favor e dois brancos, na reunião do conselho geral, em que participaram 17 dos 19 conselheiros.

Durante a sessão pública que antecedeu a votação, o reitor defendeu que aquela universidade se deve afirmar como escola de referência em pós-graduação, reduzindo o peso relativo do primeiro ciclo, face à tendência de declínio demográfico.

Salientando que apenas um terço dos jovens que frequentam o 9º ano chegam à universidade, Manuel Assunção referiu que, a manterem-se as vagas oferecidas para o ingresso no ensino superior pela Universidade de Aveiro, que em 2013 foram 2400, serão largamente excedentárias no futuro, já que a bacia natural de recrutamento, o Baixo Vouga, vem perdendo alunos com o 12º ano.

Tendo em conta um estudo que aponta que ¾ dos estudantes escolhem a universidade que querem frequentar pela proximidade e não pela qualidade, as perspetivas demográficas penalizam mais a Universidade de Aveiro do que as universidades de Lisboa, Porto e Minho.

O caminho apontado por Manuel Assunção para o próximo mandato é apostar numa viragem da Universidade de Aveiro como escola de referência de pós-graduação, permitindo captar mais estudantes estrangeiros e reduzir o peso relativo do primeiro ciclo, aproximando-o dos 50%.

Conforme explicou na apresentação pública da sua candidatura, tal não significa desistir do primeiro ciclo, pretendendo mesmo envolver a Associação de Estudantes na captação de futuros alunos.

Quanto ao número de docentes e investigadores, Manuel Assunção traçou como objetivo manter quem está e evitar saídas que prejudiquem a qualidade: "não queremos crescer, mas manter um corpo estabilizado".

Outra das linhas de orientação que defendeu foi a de reduzir a dependência do Estado que, lembrou, não cumpriu o contrato-programa celebrado com a Universidade quando esta passou a fundação, embora esta tenha prosseguido "as metas mobilizadoras" definidas no mesmo, algumas atingidas logo em 2012.

Nessa perspetiva, Manuel Assunção quer a Universidade "alinhada com o Horizonte 20/20 e com o Acordo de Parceria Portugal/União Europeia", pelos fundos que poderá captar e que espera duplicar, mas sobretudo "pelas prioridades que fazem sentido e que estão de acordo com a procura de conhecimento, numa visão multidisciplinar, que vão ao encontro do que é desejável numa universidade", com projetos de investigação fundamental, investigação aplicada e investigação em desenvolvimento e inovação.

O reitor propõe-se, também por isso, livrar-se de tarefas operacionais que lhe têm tomado tempo para se dedicar mais à procura de financiamentos e à representação institucional da Universidade, bem como a "ouvir as pessoas no Campus".

A relação da Universidade de Aveiro com a região e as empresas é uma linha que pretende prosseguir e reforçar com o aumento dos estágios (atualmente já são 1200 por ano), com o lançamento de mais cinco plataformas tecnológicas (em que professores e empresários de uma mesma área trabalham em conjunto), e acompanhar a instalação do Parque de Ciência e Inovação (PCI), em que estão envolvidas empresas e autarquias.

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Lusa / Fim