Investigadores portugueses provam influência das redes sociais com modelo matemático

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Porto Canal / Agências

Lisboa, 27 fev (Lusa) - Investigadores portugueses utilizaram um modelo matemático para provar que a influência das pessoas em contacto nas redes sociais se alarga até três níveis de amigos, independentemente da natureza das relações e de cada utilizador.

A investigação do Grupo ATP, da Universidade do Minho, Instituto Superior Técnico e Universidade de Aveiro, concluiu que as redes sociais permitem influenciar pessoas em todos os lugares, não apenas aqueles que se conhecem, mas também pessoas que nunca vão encontrar, o que "é extraordinário".

O estudo baseou-se numa teoria recente - Três graus de influência -, segundo a qual, numa rede social, as pessoas influenciam não só os seus amigos, mas também os amigos dos seus amigos e os amigos destes últimos, disse à agência Lusa o investigador Jorge Pacheco.

Esta regra foi identificada, pela primeira vez, por um grupo de investigadores dos Estados Unidos, a partir de uma base de dados de informação médica, que regista comportamentos como a obesidade, vício do tabaco, consumo de álcool e níveis de solidão ou felicidade.

Através dessa base de dados, os investigadores estabeleceram uma correlação em que mostravam que a característica de um determinado indivíduo fazia com que os seus vizinhos mais próximos, até um grau de três, tivessem uma probabilidade positiva de evidenciarem a mesma característica, disse o investigador da Universidade do Minho.

"Entendemos que era realmente interessante verificar até que ponto é que esta regra dos três graus de influência se aplicaria a diferentes tipos de rede e se dependeria ou não das características" das pessoas e das redes, explicou.

Para isso, os investigadores portugueses desenvolveram uma abordagem computacional para estudar a influência dos pares nas redes sociais e a forma como se ia propagando.

Escolheram "alguns modelos que são bem conhecidos na área das ciências exatas e na área das ciências" e usaram para investigar a propagação da cooperação, das opiniões e das doenças.

"O resultado que obtivemos foi muito interessante, porque contrariamente ao que seria de intuir, o que acontece é que esta regra dos três graus de influência é válida num contexto muito mais geral do que aquela que foi inicialmente proposta", disse Jorge Pacheco.

Os resultados mostraram que, em vez ser uma exceção, a regra era um "comportamento universal nas redes sociais, que é independente do tipo de informação, sobre a forma como ela se espalha, e até mesmo do tipo de rede social que interliga as pessoas", acrescentou.

"Se nós realmente influenciamos a rede com um alcance na ordem de três, então isso significa que, na maior parte dos casos, estamos todos a influenciar-nos uns aos outros, mesmo que inadvertidamente", comentou.

Os investigadores concluíram também que as redes sociais em que as pessoas têm menos contactos, ou os seus contactos são todos de amigos entre si, "a influência dos pares chega mais longe".

O estudo do grupo ATP, que será publicado na próxima semana na revista Physical Review Letters, terá implicações, não só para a compreensão dos comportamentos, mas também para a sua "manipulação" e pode revolucionar áreas tão diversas como a educação para a saúde e o "marketing".

HN // MAG

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