Porto, 27 fev (Lusa) - O Sindicato da Hotelaria do Norte admitiu hoje uma futura "agudização do conflito" entre a Ibersol e os distribuidores da Pizza Hut, após um mês de negociações sem acordo quanto ao pagamento por cada pizza entregue.

"Realizou-se na segunda-feira mais uma reunião entre a Ibersol e este sindicato, mas, lamentavelmente, a empresa não evoluiu nada nas suas posições e continua a pretender que os trabalhadores paguem para trabalhar", disse à agência Lusa o coordenador do sindicato.

Em causa está o valor pago aos distribuidores de pizzas por cada entrega efetuada ao domicílio.

Segundo o sindicato e os trabalhadores, a Ibersol pretendia reduzir este valor dos atuais 1,17 euros para 0,67 euros, através da eliminação do prémio de assiduidade de 0,50 cêntimos por entrega.

Posteriormente, segundo Francisco Figueiredo, a empresa reviu em alta a sua proposta para 0,95 cêntimos por entrega, mas os trabalhadores continuaram a recusar este valor e convocaram uma greve para o passado dia 24 de janeiro.

Nesse dia, várias dezenas de distribuidores da Pizza Hut na região Norte concentraram-se, com as respetivas motos, em frente à sede da Ibersol, no Porto, mas acabaram por desmobilizar após a empresa ter suspendido a redução do pagamento e decidido iniciar um processo negocial.

Contudo, disse agora à Lusa o coordenador do sindicato, "na primeira reunião de negociação a empresa não apresentou proposta nenhuma e, na segunda-feira [passada], voltou a apresentar a mesma proposta de 0,95 cêntimos de antes da greve".

"Nesta reunião propusemos manter a situação como está e iniciar um processo negocial para melhorar a tabela salarial (porque muitos trabalhadores recebem o salário mínimo nacional), deixando para depois a revisão do valor por cada entrega de pizza, mas a empresa recusou", explicou.

Considerando que a posição da Ibersol "é uma provocação aos trabalhadores", que "estão indignados", o sindicato diz que os distribuidores "decidiram rejeitar liminarmente a proposta da empresa e manifestaram a sua firme determinação em lutar na defesa dos seus direitos e por melhores salários".

Embora aguarde, neste momento, um contacto por parte da administração da empresa, o sindicato "responsabiliza, desde já, a Ibersol pelas consequências das suas posições", que, diz, "em nada ajudam uma solução de consenso" e "poderão levar à agudização do conflito".

A agência Lusa contactou a Ibersol, mas aguarda ainda uma resposta.

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