Alunos da Universidade de Lisboa exigem reposição das verbas retiradas ao ensino

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Porto Canal / Agências

Lisboa, 27 fev (Lusa) -- A Associação Académica da Universidade de Lisboa exige que o Governo reponha as verbas destinadas ao financiamento do ensino superior, lembrando que aqueles cortes põem em causa projetos de investigação científica e apoios dirigidos a alunos.

"Dentro de um mês realizam-se as comemorações do Dia do Estudante e a Associação Académica decidiu participar e convocar todos os colegas e comunidade académica para estar presente. Agora basta saber se serão cerimónias evocativas ou reivindicativas", alertou André Machado, presidente da Associação Académica da Universidade de Lisboa (AAUL) em declarações à Lusa.

A associação de estudantes acredita que o Dia do Estudante será "a oportunidade, por excelência, de retomar o espírito combativo das gerações universitárias" e altura de ter "uma atitude firme na defesa intransigente dos interesses dos Estudantes e da sua Universidade".

Na quarta-feira, o Conselho Geral da AAUL aprovou por unanimidade um documento onde reitera a sua solidariedade com o Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas e os responsáveis dos diferentes órgãos universitários na luta contra o corte no orçamento de Estado previsto para o Ensino Superior.

O Conselho Geral da AAUL é um orgão composto pelos presidentes das associações académicas das faculdades da universidade e pelos estudantes eleitos diretamente pelos seus pares.

À Lusa, André Machado lembrou que "o primeiro corte global de 30 milhões de euros veio prejudicar gravemente o normal funcionamento das instituições e a manutenção de estruturas e projetos de elevada relevância em muitas universidades".

Entretanto, sublinhou o representante dos estudantes da AAUL, houve um novo corte de 30 milhões de euros, baseado na redução da massa salarial, "que os reitores entendem tratar-se de um erro técnico".

André Machado lamentou o facto de o "erro técnico" ainda não ter sido corrigido, estando a prejudicar as instituições: "Este corte implicou abdicar de projetos estratégicos para a Universidade de Lisboa, tais como a promoção das investigações científicas e o apoio às estruturas que dão apoio aos alunos".

Os estudantes querem uma clarificação "urgente" da situação e dizem que irão agir caso o Governo não corrija os cortes.

André Machado garante que a indignação não é exclusiva da UL, lembrando que nos próximos dias 07 e 08 de março, estudantes das diferentes instituições reunirem-se no Encontro Nacional de Dirigentes Associativos (ENDA), altura em que deverão tomar decisões e avançar com "uma posição de força".

Os estudantes da Universidade de Lisboa apelam, desde já, ao Governo "que assuma, quanto antes, a sua posição face ao "erro técnico" e se comprometa com a sua retificação, numa reposição da justiça relativa anterior a este ato discricionário da administração central", lê-se no documento aprovado por unanimidade pelo Conselho Geral da AAUL.

SIM // CC

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