Programa de assistência a Angola teve um "início promissor"

| Mundo
Porto Canal com Lusa

Washington, 25 jun 2019 (Lusa) - O Fundo Monetário Internacional disse hoje que a implementação do programa de assistência financeira a Angola teve um "início promissor" apesar dos riscos que o país enfrenta, mas que estão a ser combatidos pelo Governo.

"O programa teve um início promissor, todos os critérios de desempenho foram cumpridos à exceção de um, e as quatro metas indicativas foram cumpridas, algumas por uma larga margem", escrevem os técnicos do FMI, na análise detalhada à primeira revisão do Programa de Financiamento Ampliado que Angola assinou com o Fundo em dezembro, no valor de 3,7 mil milhões de dólares (3,24 mil milhões de euros).

Os preços mais baixos do petróleo teriam um impacto nas receitas petrolíferas, alargando o défice da balança corrente e dificultariam o crescimento económico, acrescentam, contrapondo que, perante este cenário, as autoridades angolanas "estão a implementar uma resposta política apropriada a esta perspetiva sombria de evolução da economia, através de um orçamento suplementar conservador para este ano, fontes alternativas de financiamento mais barato e estão a progredir para um regime cambial mais flexível".

Na avaliação detalhada aos primeiros meses de implementação do programa, que se segue ao comunicado de imprensa divulgado no dia 12 de junho, o FMI admite que "o programa comporta riscos significativos, incluindo acentuadas flutuações nos preços internacionais do petróleo, um declínio na produção petrolífera e acesso mais difícil aos mercados".

No entanto, acrescentam, "o programa está desenhado para mitigar estes riscos" e as autoridades angolanas "estão a perseguir uma estratégia correta para responder à volatilidade dos preços do petróleo e manter o programa no rumo, através de medidas de austeridade adicionais, uma política monetária apropriada, flexibilidade adicional na taxa de câmbio, reformas estruturais e uma política prudente relativamente à dívida".

Entre as reformas estruturais elencadas pelo FMI está a introdução do Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA) em julho deste ano, ainda antes de o Governo ter adiado a sua implementação mais para o final do ano, e a gradual eliminação dos subsídios, salvaguarda com a implementação de um programa de transferência de verbas para os mais desfavorecidos.

"As autoridades estão a implementar uma abordagem faseada à eliminação dos subsídios; ajustaram as tarifas da água em agosto de 2018 e tencionam aumentar os preços do combustível para aviação e as tarifas de eletricidade e transporte no final de 2019, e vão começar a ajustar gradualmente os preços do combustível refinado este ano", dizem os autores.

Os analistas acrescentam que "com a assistência do Banco Mundial, estão a preparar um programa de transferência de dinheiro para mitigar o impacto das reformas nos pobres, com o objetivo de atingir um milhão de famílias em meados de 2020, altura em que o mecanismo de ajustamento automático do preço dos combustíveis para a aviação deverá estar pronto".

Entre outras recomendações, os técnicos do Fundo defendem que o Governo faça "um esforço extra para fortalecer a sustentabilidade da dívida", apontando como exemplos: "controlar ao endividamento das empresas públicas, avançar rapidamente com o programa de privatizações, reduzir a emissão de garantias soberanas em nome quer das empresas públicas, quer do setor privado, implementar um plano de reestruturação dos bancos públicos que minimize o custo orçamental, e procurar apoio bilateral oficial para ajudar a complementar o programa de financiamento e reduzir a dependência dos dispendiosos empréstimos comerciais".

MBA // VM

Lusa/Fim

+ notícias: Mundo

Ex-membro da máfia de Nova Iorque escreve livro dirigido a empresários

Lisboa, 06 mai (Lusa) -- Louis Ferrante, ex-membro do clã Gambino de Nova Iorque, disse à Lusa que o sistema bancário é violento e que escreveu um livro para "aconselhar" os empresários a "aprenderem com a máfia" a fazerem negócios mais eficazes.

Secretário-geral das Nações Unidas visita Moçambique de 20 a 22 de maio

Maputo, 06 mai (Lusa) - O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, vai visitar Moçambique de 20 a 22 de maio, a primeira ao país desde que assumiu o cargo, em 2007, anunciou o representante do PNUD em Moçambique, Matthias Naab.

Síria: Irão desmente presença de armas iranianas em locais visados por Israel

Teerão, 06 mai (Lusa) - Um general iraniano desmentiu hoje a presença de armas iranianas nos locais visados por Israel na Síria, e o ministro da Defesa ameaçou Israel com "acontecimentos graves", sem precisar quais, noticiou o "site" dos Guardas da Revolução.