Igreja condena "excessivo" da força na repressão a manifestantes na Venezuela

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Porto Canal / Agências

Caracas, 26 fev (Lusa) - A Conferência Episcopal Venezuelana (CEV) condenou hoje o "excessivo" uso da força de parte dos organismos policiais para reprimir as manifestações de estudantes na Venezuela, ao mesmo tempo que instou o Estado a investigar as diferentes denúncias.

"Condenamos rotundamente o uso da força exercida em algumas manifestações por parte de organismos de segurança do Estado, que ultrapassaram os limites com consequências lamentáveis e irreparáveis", afirmam os bispos católicos.

Num comunicado distribuído em Caracas, a CEV explica que o "poder moral, especialmente o Ministério Público, deve investigar estes casos e pôr nas mãos da justiça os membros destes organismos que tenham abusado da sua autoridade".

"No cumprimento da sua função de preservar a ordem pública as autoridades policiais e militares estão obrigadas a respeitar dos Direitos Humanos (...). Ao confrontar os protestos estão obrigadas a manter-se estritamente dentro do marco da Constituição, das leis e dos acordos internacionais", sublinha.

Os bispos dizem estar a observar "com séria preocupação" os acontecimentos na Venezuela, "sobretudo pela carga de violência, as lamentáveis consequências de mortos, feridos e destroços de patrimónios familiares e de instituições", sublinhando que "os falecidos ou os feridos não pertencem nem ao governo nem à oposição, mas às suas famílias e ao povo da Venezuela, sem distinção nem cores".

O documento precisa que "pilhagens" em diversas partes do país promovem e causam medo e desproteção. Também que os estudantes e o povo têm direito a protestar não apenas para "expressar inconformidades ou desacordos" mas para "chamar a atenção das autoridades e da cidadania", para resolver problemas e corrigir rumos.

"O que sempre há que evitar é que o protesto degenere em atos de violência", explica.

A CEV afirma que na Venezuela "existem visões plurais com grandes diferenças entre elas", que "nenhum modelo social ou político tem o direito de impor-se aos demais" e que há muito tempo que a Igreja vem insistindo na necessidade de promover um "processo de reconciliação" e de "diálogo nacional".

"Voltamos a insistir na necessidade de um encontro sincero, aberto e fraterno, que permita o diálogo de todos os setores que compõe a sociedade venezuelana (...) se conseguir-mos, com dinâmica de participação, ouvirmos todos com respeito, então poderemos dar importantes passos para solucionar as dificuldades e a crise", afirma.

As manifestações de protesto que desde 12 de fevereiro se registam diariamente na Venezuela já provocaram 14 mortos e mais de 140 feridos.

FPG // JCS

Lusa/fim

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