Governo brasileiro indica economista para presidir BNDES após demissão de Joaquim Levy

| Economia
Porto Canal com Lusa

Brasília, 18 jun 2019 (Lusa) - O Governo brasileiro indicou na segunda-feira o economista brasileiro Gustavo Montezano para presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Económico (BNDES), depois da demissão no domingo passado de Joaquim Levy, após ameaças do Presidente brasileiro.

"O Ministério da Economia informa o encaminhamento para a deliberação do Conselho de Administração do BNDES do nome de Gustavo Montezano, atual secretário-adjunto da Secretaria de Desestatização e Desinvestimento, para presidir a instituição", anunciou o Governo em comunicado.

Montezano, de 38 anos, é mestre em Economia e foi sócio do Banco Pactual, instituição financeira que teve entre os seus fundadores o atual ministro da Economia, Paulo Guedes.

No Banco Pactual, Gustavo Montezano atuou como diretor-executivo da área de 'commodities' em Londres e anteriormente era responsável pela divisão de crédito corporativo e estruturados, em São Paulo.

Segundo o porta-voz da Presidência da República brasileira, Otávio do Rêgo Barros, citado pela imprensa local, a substituição de Joaquim Levy por Montezano aconteceu em "função do interesse público e capacidade de colocar os projetos em andamento com vista a atingir os resultados estabelecidos anteriormente".

A demissão do anterior presidente do BNDES, Joaquim Levy, aconteceu após ameaças do Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro.

No fim-de-semana, o chefe de Estado declarou que Levy estava com a cabeça a prémio e que poderia sair do BNDES se não demitisse o executivo Marcos Barbosa Pinto, que havia ocupado cargos de destaque em governos liderados pelo Partido dos Trabalhadores (PT).

"Levy nomeou Marcos Pinto para função no BNDES (...) Falei para ele: Levy, demite esse cara [pessoa] na segunda ou eu demito-o sem passar pelo Paulo Guedes [ministro da Economia]. Levy está com a cabeça a prémio há algum tempo", disse Bolsonaro à imprensa no sábado.

No mesmo dia, Marcos Barbosa Pinto pediu a demissão e acabou por ser seguido por Levy que, no domingo, comunicou em carta enviada ao ministro da Economia brasileiro, Paulo Guedes, que deixaria o comando do BNDES, tendo o Governo aceitado o pedido de demissão.

"Solicitei ao ministro da Economia, Paulo Guedes, o meu desligamento do BNDES. A minha expectativa é que ele aceda. Agradeço ao ministro o convite para servir ao país e desejo sucesso nas reformas", escreveu Levy.

Joaquim Levy foi a primeira baixa de peso dentro do Ministério da Economia, uma das pastas com trabalho mais relevante neste momento no Brasil em que o Governo tenta convencer parlamentares a aprovarem mudanças no sistema de pagamento de pensões por reforma e outras medidas para impulsionar a economia.

MYMM (CYR)// MIM

Lusa/fim

+ notícias: Economia

Bruxelas elogia cortes "permanentes de despesa" anunciados pelo Governo

A Comissão Europeia saudou hoje o facto de as medidas anunciadas pelo primeiro-ministro se basearem em "reduções permanentes de despesa" e destacou a importância de existir um "forte compromisso" do Governo na concretização do programa de ajustamento.

Bruxelas promete trabalhar "intensamente" para conluir 7.ª avaliação

Bruxelas, 06 mai (Lusa) -- A Comissão Europeia está empenhada em trabalhar "intensamente" para terminar a sétima avaliação à aplicação do programa de resgate português antes das reuniões do Eurogrupo e do Ecofin da próxima semana, mas não se compromete com uma data.

Euribor sobe a três meses e mantém-se no prazo de seis meses

Lisboa, 06 mai (Lusa) -- A Euribor subiu hoje a três meses, manteve-se inalterada a seis meses e desceu a nove e 12 meses, face aos valores fixados na sexta-feira.