Hot Clube de Portugal assinala 66 anos com lançamento de etiqueta discográfica

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Porto Canal / Agências

Lisboa, 25 fev (Lusa) - O clube de jazz lisboeta Hot Clube de Portugal (HCP) celebra 66 anos em março com o lançamento do álbum "Just in Time", interpretado por nomes históricos do jazz português, que inaugura a etiqueta discográfica @HotClube.

"É um disco muito especial porque conta com músicos do antigo Quarteto do Hot Clube e tem uma sonoridade que remete para os anos 1950. Queríamos um disco que marcasse", afirmou à agência Lusa a presidente da direção do mais antigo clube noturno português dedicado ao jazz.

O Hot Clube de Portugal, em Lisboa, foi fundado por Luiz Villas-Boas, a 19 de março de 1948 e, durante décadas, funcionou numa pequena cave na Praça da Alegria, que acabou destruída num incêndio, em 2009.

Atualmente, o clube de jazz funciona duas portas abaixo da morada anterior e continua a acolher diferentes gerações de músicos portugueses e estrangeiros, em concertos, jam-sessions e apresentações discográficas.

Para assinalar os 66 anos de existência, a direção do HCP concretiza uma ideia antiga de ter uma etiqueta discográfica - @HotClube - para registar atuações no clube.

O primeiro álbum, gravado ao longo de 2013, conta com a participação da cantora Paula Oliveira, a interpretar "standards" do jazz, acompanhada por três nomes históricos do jazz: Manuel Jorge Veloso (baterista), Bernardo Moreira (contrabaixista) - ambos fundadores do Quarteto do Hot Clube de Portugal, nos anos 1960 - e António José Barros Veloso (pianista).

"O álbum é um retrato do que é o Hot, tem os músicos mais antigos (todos com mais de 70 anos) e tem a participação de convidados de gerações mais novas. É aquilo que o Hot representa", sublinhou Inês Cunha.

Todos eles vão atuar a 19 de março no HCP, por ocasião do lançamento discográfico e do aniversário do clube.

A 25 de março, o HCP irá ainda homenagear Luiz Villas-Boas - que faria 90 anos a 26 de março - com a atuação da Orquestra de Jazz do Hot Clube e de alunos da escola de jazz.

Quando o clube fez 60 anos, Bernardo Moreira, contrabaixista e antigo presidente do HCP, contou à agência Lusa que, durante dois anos, a sede foi em casa de Villas-Boas, que decidiu criar um clube de jazz para divulgar o que à época muitos consideravam "música para selvagens".

Depois de ter angariado apoios, assinou a primeira ficha de sócio a 19 de Março de 1948, onde se pode ver o logotipo que se mantém até hoje - uma luva preta sobre as teclas de um piano.

Quando abriu, o HCP tinha mais de 700 sócios, mas, na altura, a maioria inscreveu-se por solidariedade com Villas-Boas, contou Bernardo Moreira: "A grande maioria destes 700 sócios pagou a primeira vez, mas nunca entrou no clube e, se calhar, nunca ouviu jazz. Eram 'boxeurs' do Parque Mayer, coristas do teatro de revista".

Entre os sócios fundadores figuram também nomes da cena cultural como o fotógrafo Gérard Castello-Lopes, o músico Artur Carneiro (pai do antigo ministro Roberto Carneiro) e Augusto Mayer, aos quais se juntaram sócios ocasionais, como Catherine Deneuve, Alexandre O´Neill e Raul Solnado.

Luiz Villas-Boas morreu em 1999 e o espólio, com mais de quatro mil discos, três centenas de livros, quase 800 cartazes e 900 guiões de programas radiofónicos, cassetes e bobinas de gravações, está a ser estudado e digitalizado pelo Instituto de Etnomusicologia (INET), centro de investigação em música e dança, com unidades em Lisboa (Universidade Nova e Universidade de Lisboa) e na Universidade de Aveiro.

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