PCP de Viseu critica Governo pela situação da oncologia na região

| Política
Porto Canal com Lusa

Viseu, 13 jun 2019 (Lusa) -- O líder do PCP de Viseu disse hoje à agência Lusa que a atual situação da oncologia em Viseu é resultado do desinvestimento do Governo no Serviço Nacional de Saúde.

"Falta quase tudo, a começar por aquilo que é elementar e essencial, que são os recursos humanos. E é evidente que, neste caso concreto, a situação tem muito a ver com o não cumprimento, por parte do Estado, da sua obrigação constitucional", acusou João Abreu.

O líder daquela estrutura distrital lembrou que "a Constituição diz que o Estado tem de garantir a prestação de cuidados médicos de qualidade a todas as pessoas, sem discriminação, e em todos os pontos do território nacional".

"Infelizmente, não é apanágio apenas do Centro Hospitalar Tondela Viseu. É um pouco o que se passa por todo o Serviço Nacional de Saúde e tem claramente a ver com o desinvestimento que tem sido feito, consecutivamente", apontou João Abreu.

Esta reação surge depois de, na terça-feira, num comunicado conjunto, o Sindicato dos Médicos da Zona Centro, o Sindicato Independente dos Médicos e a secção regional do Centro da Ordem dos Médicos referirem que a situação atingiu "o ponto de rutura e que os colegas oncologistas assumem a incapacidade de garantir a consulta e tratamentos de quimioterapia para novos doentes".

O responsável comunista lembrou que "há pouco tempo deputados do PCP reuniram com o conselho de administração" deste centro hospitalar.

E "as deficiências apontadas" a vários níveis, quer "por falta de investimento" ou "por atrasos na abertura de concursos", levam João Abreu a afirmar que "há uma desorganização propositada".

"Não é por acaso que o Instituto Nacional de Estatística em 2016 contabilizou 114 hospitais privados e apenas 107 públicos, para além das quatro PPP [parcerias público privadas] que o Estado mantém com grupos privados", acusou.

Neste sentido, o líder comunista diz que "esta situação tem de se inverter e tem de se criar condições para que os médicos estejam em exclusividade no Serviço Nacional de Saúde, porque o Estado paga mal" e, por isso, o Governo tem de "disponibilizar os meios financeiros para que possa haver meios humanos, meios técnicos e de diagnóstico" em todas as unidades e serviços de saúde.

A construção do centro oncológico em Viseu e o tratamento de radioterapia "são também parte da solução", acrescentou João Abreu, que defendeu que "se houvesse um centro oncológico a funcionar como foi prometido, é obvio que os recursos humanos e técnicos seriam mais" dos que são agora.

"E isso seria extremamente importante para os profissionais de saúde e, principalmente, para as centenas de pessoas que diariamente se têm de deslocar para Coimbra para fazerem tratamentos de 20, 30 ou 45 minutos e que podiam fazer no centro oncológico instalado no centro hospitalar de Viseu", considerou.

IYN // SSS

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