Cavaleiro tauromáquico acusado por agressão a manifestantes anti-tourada
Porto Canal / Agências
Aveiro, 25 fev (Lusa) - O Ministério Público (MP) deduziu acusação contra o cavaleiro tauromáquico Marcelo Mendes, que terá abalroado vários manifestantes anti-tourada na Murtosa, imputando-lhe a prática de um crime de tentativa de coação na forma tentada, disse hoje o seu advogado.
O caso ocorreu em setembro de 2012, quando o cavaleiro, de 29 anos, alegadamente investiu com o cavalo sobre um grupo de manifestantes que protestava no exterior da praça de touros improvisada, contra a realização de uma tourada na praia da Torreira.
Na sequência dos acontecimentos, a Associação Animal, que tinha dois elementos da direção no local, apresentou queixa na GNR da Murtosa contra o cavaleiro, afirmando que se viveram "momentos de pânico".
"As pessoas tiveram que fugir para não serem feridas pelo animal que era conduzido para cima delas", relatou a associação, acrescentando, contudo, que "não houve nenhum dano físico de maior".
A defesa de Marcelo Mendes já requereu a abertura de instrução do processo, para evitar a ida do arguido a julgamento, alegando que não foi praticado nenhum crime.
"O cavaleiro estava a fazer o aquecimento numa zona onde havia alguns manifestantes e tentou controlar o cavalo que entrou em stress", disse à Lusa o advogado João Barroso Neto.
A tourada, que se realizou numa praça de touros improvisada junto ao parque de campismo, contou com os cavaleiros Joaquim Bastinhas, Brito Paes e Marcelo Mendes, estando as pegas a cargo dos forcados Amadores de Cascais e de Coimbra.
O evento gerou na ocasião uma onda de contestação na internet, com mais de 300 pessoas a assinar uma petição a condenar a realização deste tipo de iniciativas na Murtosa, alegando que o concelho "não tem, nem nunca teve, tradição de touradas".
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