Jogo em Macau enfrenta desafios na angariação de grandes apostadores

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Porto Canal / Agências

Macau, China, 25 fev (Lusa) -- O setor do jogo em Macau está a enfrentar novos desafios com alguns operadores a substituírem os 'junket' na angariação de grandes jogadores, noticia a Bloomberg.

Responsáveis por angariar grandes apostadores, os 'junket' contornam a legislação chinesa que não permite aos seus cidadãos retirarem do país grandes somas de dinheiro com empréstimos sem juros, dinheiro que acaba gasto nas salas vip dos casinos, onde algumas das apostas mínimas podem atingir o equivalente a um milhão de euros.

Mas o filão da operação dos 'junket' está agora a ser descoberto pelos proprietários dos casinos e Grant Bowie, responsável da MGM, não esconde ser mais lucrativo um contacto direto com os apostadores sem qualquer intermediário.

Em média, o 'lucro' dos jogos de mesa nos casinos de Macau é de cerca de 3%, mas para cativar grandes apostadores há que partilhar os lucros, oferecer melhores condições de alojamento e transporte, normalmente em aviões privados, e proporcionar a melhor estada ao 'grande jogador'.

Dos 3% de lucro da aposta -- que vai integrar a receita brutas dos casinos que o Governo taxa em 39% com impostos diretos e indiretos -- um 'junket' pode receber uma comissão equivalente a 1,25%, ou seja quase 42% do valor arrecadado.

Por isso, como reconhece Grant Bowie, o "contacto direto com o jogador proporciona maiores margens de lucro" ao casino, numa estimativa que analistas consideram poder variar entre 10% e 15%, e que alguns estimam em 50%.

A nova política que parece estar a nascer em alguns operadores de jogo em Macau surge uma década depois da liberalização de facto do jogo com a abertura do primeiro casino fora do universo de Stanley Ho.

Se, na altura, como frisam os analistas contactados pela Bloomberg, os novos operadores no mercado não tinham uma rede que possibilitasse o contacto direto com grandes apostadores, dez anos depois essa rede está montada, a base de dados dos operadores é extensa e, sem grande esforço, permite fazer a ligação sem intermediários, ou seja, sem pagar comissões que ficam em casa aumentando os lucros.

A notícia dá algum relevo a uma "nova guerra" no interior dos casinos. Ao mesmo tempo que os casinos procuram conquistar grandes clientes diretamente, as grandes empresas 'junket' procuram novos mercados como Coreia do Sul e Filipinas, para levarem os seus contactos.

Com 200 operadores licenciados em Macau, os casinos não poderão, contudo, afastar estes 'sócios' das salas de jogo locais, até porque estas empresas estão disponíveis para assumir riscos de crédito que os casinos, na generalidade, não querem ter.

Por outro lado, como salienta ainda um analista citado pela Bloomberg, os grandes jogadores são leais aos 'junket' e não ao casino onde estiveram a jogar.

Talvez por isso a Sociedade de Jogos de Macau, que é o maior operador em termos de receitas brutas, diz que vai continuar a operar com os 'junkets' como tem feito até aqui.

JCS // FV.

Lusa/fim

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