Pasok admite "crise política" na Grécia
Porto Canal / Agências
Atenas, 12 jun (Lusa) -- O encerramento compulsivo da radiotelevisão pública (ERT) provocou "um ambiente de crise política e institucional", indicou hoje o líder do Partido Socialista grego (Pasok), Evangelos Venizelos, pilar do Governo de coligação.
O chefe dos socialistas apelou ao primeiro-ministro, o conservador Antonis Samaras, para "salvaguardar a unidade e o futuro do Governo" de coligação, formado há um ano após as legislativas de 17 de junho, num contexto de profunda crise económica e social.
Venizelos e o terceiro parceiro da coligação governamental, o líder da Esquerda Democrática (Dimar) Fotis Kouvelis, opuseram-se ao encerramento da ERT, decidida na noite de terça-feira pela direita conservadora Nova Democracia (ND), liderada por Samaras e que lidera o executivo.
Numa intervenção perante o seu grupo parlamentar, Vénizelos lamentou que "tinha sido apenas a direita a assinar o ato legislativo, sem as assinaturas de todos os ministros do Governo". Na terça-feira, Venizelos e Kouvelos recusaram assinar o ato legislativo que ditou o encerramento da televisão e rádio públicas.
Apesar de favoráveis à reestruturação da ERT, um organismo muito criticado pelos seus privilégios, clientelismo e má gestão, Venizelos e Kouvelis indicaram que os seus deputados "não vão aprovar o decreto-lei destinado a validar o ato legislativo", apenas assinado pelos ministros de direita.
O encerramento da ERT provocou um choque na Grécia, com os sindicatos dos setores privado e público a apelaram a uma greve geral para quinta-feira e a concentrações frente à sede da empresa.
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