Moreira quer Palácio de Cristal centro de congressos "policêntrico"

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Porto Canal / Agências

Porto, 12 jun (Lusa) -- O candidato independente à Câmara do Porto Rui Moreira anunciou hoje pretender "reformular" e "simplificar" o projeto idealizado pelo autarca Rui Rio para o Palácio de Cristal/pavilhão Rosa Mota, transformando-o num centro de congressos "policêntrico".

"Atendendo às circunstâncias que conhecemos, é preciso reformular o projeto [que foi idealizado e depois abandonado pela Câmara do Porto] no sentido de o simplificar", afirmou, em declarações à Lusa, Rui Moreira.

Falando à margem de um almoço com cerca de 70 taxistas da cidade, onde tomou conhecimento de problemas relacionados com segurança e mobilidade, o candidato disse que a ideia é "utilizar o arquiteto [José Carlos Loureiro] que fez o pavilhão", há mais de 60 anos, e que recentemente foi o autor do projeto do centro de congressos.

"A última coisa que devemos fazer é voltar a ter relativamente ao Palácio de Cristal uma nova quezília na cidade, como houve na altura, quando foi destruído o original", disse.

Na ocasião, "criou-se quase uma comoção na cidade e criar-se-ia uma nova comoção na cidade, subitamente, se se procurasse para ali uma solução que não respeitasse a arquitetura", frisou.

Na opinião do candidato, o projeto idealizado pela atual maioria PSD/CDS-PP para o Palácio de Cristal tem "um conjunto de auditórios que parecem dispensáveis" e a ideia é "utilizar o Rosa Mota como um grande centro com capacidade para seis mil congressistas, mas jogar com outras valências que existem" nas proximidades.

"Faremos com que as pessoas não estejam fechadas num único sítio, fechados numa lógica Europarque", disse, acrescentando ser possível complementar o pavilhão com espaços/auditórios já existentes, como o Museu dos Transportes [Alfândega do Porto] e o Museu Soares dos Reis, por exemplo.

Questionado sobre qual é o investimento previsto para o projeto, Rui Moreira afirmou não ser possível, neste momento, avaliar.

"Agora o que sabemos é que é possível fazer uma enorme poupança utilizando recursos que já existem, que estão prontos, estão disponíveis e muitas vezes subutilizados", sublinhou.

Quanto aos jardins do Palácio de Cristal, o candidato foi perentório: "não mexemos, não queremos um 'Luna Park'".

Rui Moreira entende que os jardins são o que ficou de mais importante do palácio original e demolido em 1951, sendo, por isso, "muito importante não mexer".

A sua pretensão de "reduzir a volumetria do projeto original do arquiteto Loureiro" desenhado para o atual executivo também "vai resolver alguns dos problemas que os ambientalistas assinalaram".

O candidato defendeu ser "fundamental" a recuperação e reabilitação dos jardins.

"É um trabalho que tem que ser continuado; podemos voltar a dar à cidade uma componente fundamental e monumental que foi desenvolvida no século XIX e que se foi perdendo", concluiu.

A Câmara do Porto abandonou em dezembro a parceria público-privada entre a autarquia, a Associação Empresarial de Portugal (AEP), a Parque Expo, o Pavilhão Atlântico e o Coliseu do Porto e o projeto de 25,7 milhões de euros para o Pavilhão Rosa Mota, apresentado em 2009.

Na parceria criada para modernizar o "Rosa Mota" e dotá-lo de um centro de congressos, a Câmara ficava com a maior fatia do investimento inicialmente previsto (cerca de 10 milhões de euros num total de 19 milhões).

JAP (ACG) // MSP

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